Transtorno

Que fila enorme é essa que mudou a paisagem de São Gonçalo?

Trabalhadores estão na espera na frente de sindicato

Fila no Sindicato dos Trabalhadores em  SG - Lucas Alvarenga
Fila no Sindicato dos Trabalhadores em SG - Lucas Alvarenga |  Foto: Lucas Alvarenga

Funcionários de supermercados de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, enfrentam uma longa fila na manhã desta sexta-feira (12) para conseguirem cancelar a taxa cobrada pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Gêneros Alimentícios (Secgal) nos contracheques.

Muitos chegaram à porta da unidade, que fica no bairro Trindade, na noite de quinta (11) para tentarem garantir agilidade no processo. Contudo, a principal reclamação é que todos foram avisados a curto prazo de que o cancelamento será feito somente até o fim do dia. 

A operadora de frente de loja Ana Cristina Vieira, de 49 anos, foi a primeira pessoa a chegar na porta do sindicato, ela, que mora no Gradim, chegou às 23h de quinta (11) no local.

Ana Cristina Vieira enfrenta calor intenso na fila
Ana Cristina Vieira enfrenta calor intenso na fila |  Foto: Lucas Alvarenga
Vou tirar o desconto do contracheque, eu já tenho plano de saúde e não tenho filho pequeno, moro sozinha Ana Cristina Vieira, operadora de loja

“Ficamos sabendo que para cancelar é somente até hoje, fomos avisados ontem, como pode isso? É um absurdo total”, contou o operador de caixa Cláudio Santos, morador do Jardim Bom Retiro.

Espera longa

Para enfrentar a fila, muitas pessoas foram preparadas
Para enfrentar a fila, muitas pessoas foram preparadas |  Foto: Lucas Alvarenga

A operadora de laticínios Carla Moraes, saiu do Baldeador, e chegou de madrugada. Ela se surpreendeu com o tamanho da fila que já estava formada.

"É muita humilhação, largamos os filhos em casa, ficamos debaixo de chuva e ainda teremos que ir trabalhar, cheguei aqui às 4h50. Tem gente que nem tomou café", desabafou.

Para enfrentar a fila, muitas pessoas foram preparadas, com garrafas de café, guarda-chuva e até mesmo cadeira, como foi o caso da operadora de cartão Chaiana Cristina.

O sindicato abriu as portas às 9h
O sindicato abriu as portas às 9h |  Foto: Lucas Alvarenga

“Tem que vir preparada porque o descaso aqui está tremendo. O prazo foi de dois dias para a gente poder tirar o desconto. Ninguém avisou a gente direto, não passaram informação, nada pra gente, isso é um descaso com o trabalhador”, disso.

O sindicato abriu as portas às 9h. Acompanhado de um segurança, um funcionário distribuiu senhas para as pessoas que aguardavam. Segundo um funcionário, não teria como falar com o responsável do local.

O ENFOCO tentou contato com o sindicato por telefone, mas até a publicação desta matéria não conseguiu falar com representantes.

STF validou contribuição 

Em setembro de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a legalidade da contribuição assistencial para custear o funcionamento de sindicatos. 

O caso específico julgado pela Corte trata da possibilidade de cobrança nos casos de trabalhadores não filiados aos sindicatos e de forma obrigatória por meio de acordo e convenção coletiva de trabalho.

< Davi ganha Prova de Resistência e é o primeiro finalista do BBB 24 Jovem esfaqueia três parentes na Ilha; dois morrem <