Problemas

RJ-104: Pedestres apontam falta de passarelas após morte em SG

Idosa morreu atropelada, nesta terça, na altura do Laranjal

Alguns pedestres chegam a pular a mureta tranquilamente
Alguns pedestres chegam a pular a mureta tranquilamente |  Foto: Lucas Alvarenga

Onde só veículos podem passar, pedestres dividem espaço e colocam a própria vida em risco ao atravessar a rodovia Amaral Peixoto (RJ-104), em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Isso é um problema crônico, de acordo com testemunhas.

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Segundo relatos, em alguns trechos, as passarelas ficam distantes. Na manhã desta quarta-feira (7), menos de 24h após a morte por atropelamento da idosa Maria Júlia de Abreu, de 80 anos, o Enfoco percorreu a rodovia, e flagrou o cenário em diferentes pontos.

Apesar da grande movimentação de veículos, de um jeito bem arriscado, as pessoas atravessam ambas as pistas.

Alguns pedestres chegam a pular a mureta tranquilamente, e outros corriam para não serem atropelados. Um homem foi flagrado correndo com um carrinho de obra.

Homem foi flagrado atravessando a RJ-104 com um carrinho de obra
Homem foi flagrado atravessando a RJ-104 com um carrinho de obra |  Foto: Lucas Alvarenga

Uma das pessoas que arriscou a própria vida atravessando as pistas nesta manhã, foi um atendente de mercado, que preferiu não se identificar.

“Poderia ter mais passarelas, ainda mais em locais onde há grande movimentação de pessoas. Algumas passarelas estão bem longe dos pontos de ônibus”, pediu ao Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio (DER-RJ).

No mesmo trecho onde a aposentada morreu, pedestres foram flagrados atravessando as pistas. Maria Júlia foi atropelada e arrastada por uma moto, na altura do bairro Laranjal, na noite desta terça (6).

Pedestres se arriscam, perto e longe de passarelas, apesar de placas informativas
Pedestres se arriscam, perto e longe de passarelas, apesar de placas informativas |  Foto: Lucas Alvarenga

É comum ver pedestres assumindo riscos ao atravessar a via, perto e longe de passarelas, apesar de placas informativas.

Em abril de 2023, o coordenador do SOS Estradas - Programa de Segurança nas Estradas, Rodolfo Rizzoto, já havia observado em reportagem publicada pelo Enfoco, que apesar de ser uma minoria, é justamente esse pequeno grupo que se envolve em acidentes fatais.

"São situações absurdas, mas também é preciso oferecer mais alternativas de travessia para os pedestres. E, por isso que os radares também são importantes. Os radares fixos nas áreas aonde existe uma parcela considerável de pedestres atravessando. Infelizmente, muitas vezes esses equipamentos são desligados, já que se fala em indústria da multa e nós acabamos deixando funcionar a fábrica de infratores e a indústria da morte", ressalta.

O DER-RJ (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio), procurado, ainda não informou quantas passagens aéreas deveriam existir, considerando a dimensão da rodovia, dentre outros questionamentos.

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