Absurdo

Servidoras são afastadas após suspeita de apostar peso de aluno

Mãe da criança pediu ajuda para o Ministério Público

MPRJ instaurou um procedimento administrativo
MPRJ instaurou um procedimento administrativo |  Foto: Karina Cruz

Uma diretora e seis servidoras foram afastadas de uma creche pública de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, após suspeitas de que elas estariam fazendo um “bolão” para descobrir quantos “arrobas” um aluno de 3 anos estava pesando. A arroba é uma unidade de medida de peso usada para pesar bois.

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), um procedimento administrativo foi instaurado para apurar os fatos. A mãe do menino foi quem pediu ajuda para a vereadora Priscila Pitta (Cidadania), para que o caso fosse denunciado no MPRJ, após ter sido alertada por outras mães, diante do ato discriminatório.

A mãe da criança, que desejou não ser identificada, relatou como soube sobre a situação do filho, para o site “G1”.

“Eram três mães me perguntando se eu já sabia o que estava acontecendo. Falei que não. Elas perguntaram: a escola não te falou? Eu falei, não! Me contaram que meu filho tinha sido pego por sete funcionárias da creche, saído da sala, ido até a cozinha, onde tinha feito um bolão para saber o peso dele”, contou a mãe consternada.

Print da conversa entre servidoras do bolão
Print da conversa entre servidoras do bolão |  Foto: Reprodução

Segundo o texto da denúncia feita pela vereadora, ela está inconformada pela Segundo o texto da denúncia feita pela vereadora, ela está inconformada pela prática cruel "em um ambiente que deveria garantir a segurança e o bem-estar desta criança". 

Outras professoras da unidade denunciaram o ocorrido expondo prints de uma conversa, na qual mostra que a ganhadora do bolão passou o pix e ganhou a quantia de R$ 10 de cada participante.

Em um comunicado oficial, a Secretaria Municipal de Educação expressou sua reprovação em relação aos eventos e garantiu que todos os esforços serão empregados para uma investigação completa. O município afirmou que está à disposição da criança e de seus familiares para oferecer todo o suporte necessário. Acrescentou também que um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado e que, desde a semana anterior, as servidoras envolvidas foram temporariamente afastadas de suas funções como medida cautelar.

Diante da repercussão, o prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon, atualmente em compromissos oficiais em Brasília, utilizou as redes sociais para se pronunciar, nesta terça-feira (29). Ele reiterou o afastamento preventivo das servidoras e expressou sua solidariedade ao garoto e sua família.

O afastamento preventivo por um período de 30 dias foi oficialmente registrado no Diário Oficial eletrônico em 28 de agosto. A diretora, ciente de que a história havia se disseminado na escola no início do mês, solicitou a exoneração de seu cargo, segundo o site “G1”.

Dado que o caso envolve funcionárias no contexto de um serviço público, a possibilidade de demissão não é imediata. A demissão só pode ocorrer após a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar, assegurando-se o direito de defesa das envolvidas. A iniciação do PAD é um procedimento obrigatório por parte das prefeituras em situações semelhantes.

Enquanto aguarda o andamento do processo disciplinar, a mãe do menino compartilhou seu desabafo: “É frustrante, agoniante saber que seu filho continua lá, num lugar que coloca achando que ele vai ter amor e carinho. Claro, tem muita professora lá boa, que estão indignadas com a situação… mas esses sete funcionários não deveriam nem estar lá ainda”, concluiu a mãe do menino.

< Brasileiro morre estrangulado em Portugal após tentar separar briga Advogada Daniela Teixeira é indicada para cargo no STJ <