Cidades
Sexta-feira Santa: corrida para garantir pescado em Maricá
A tradição de comer frutos do mar na Sexta-Feira Santa movimentou as peixarias de Maricá nesta quinta-feira (1º).
Na única peixaria do distrito de Inoã, dezenas de pessoas se dividiam em quatro filas para garantir os frutos do mar: para escolher; pagar; pegar o produto; e até uma fila especial para comprar o camarão.
Quem procurou garantir o prato principal do almoço de Sexta-Feira Santa precisou de paciência. Foi o caso do Fabiano Alves, morador de Niterói. Ele disse que preferiu fugir do Mercado de São Pedro para a cidade vizinha, por conta da lotação. Ele contou que o preço do camarão vendido no estabelecimento a R$ 19,90 foi o principal atrativo.
"Aqui até está cheio, mas com organização. Além disso, prefiro o pescado de Maricá e os preços estão bem melhores", afirmou.
A dona de casa Marcela Souza contou que esse ano vai garantir somente a sardinha, que está custando R$ 14,90 o quilo, por conta do orçamento apertado.
"Nem sempre a gente consegue comprar o que deseja. Porém, não abro mão de comer um peixinho frito nessa data. Compro a sardinha e faço de diversos modos, mas a campeã mesmo é fazer ela frita", avaliou.
Ao lado da peixaria, o autônomo Eduardo Ayla, conhecido como 'Dudu da Pimenta', aproveita a alta no movimento para vender um item muito usado na ingestão de peixe: a pimenta. Ele afirmou que vai fazendo a propaganda no gogó e no final do dia consegue garantir as vendas.
"Uma pimentinha pra acompanhar não pode faltar. E ainda tenho o limão, que é imprescindível no tempero", contou dizendo que as pimentas mais vendidas são a mexicana, malagueta e dedo de moça.
Itaipuaçu
O dono da tradicional tenda do peixe localizada na orla de Itaipuaçu, Vinicius Pressel, disse que a expectativa é vender cerca de seis toneladas de peixe nesta sexta-feira (2). Segundo ele, os campeões de venda são: a anchova, que custa R$ 32 o quilo; e a corvina, vendida a R$ 23 o quilo.
"Vamos abrir às 4h30 para garantir a venda para todos. Aqui em Maricá não é diferente das cidades vizinhas, a maioria deixa pra última hora", destacou.
Se por um lado em Inoã o consumidor enfrentou grandes filas, em Itaipuaçu, a movimentação estava tranquila na manhã desta quinta-feira (1º).
Cláudia Mesquita, moradora do Barroco, afirmou que geralmente deixa para última hora, mas esse ano resolveu fazer diferente.
"Como a gente está com todas as restrições, ficarei com o meu filho em casa. Então resolvi comprar logo e deixar no tempero por 24 horas para fazer uma moqueca e agradecer a Deus por tudo", afirmou.
Consumo
A doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Juliana da Mata, destaca que o consumo de peixe deve ser diário.
"O guia alimentar da população brasileira elaborado pelo Ministério da Saúde recomenda o consumo de peixe pelo menos duas vezes por semana. O que acontece é que os brasileiros possuem o costume de ingerir mais carnes vermelhas e suínas. No entanto, essas carnes têm um alto teor de gordura saturada. Já os peixes possuem uma proteína de alto valor biológico, reconstrutor de células e tecidos do nosso corpo, que são de fáceis digestão, além de apresentarem gorduras saudáveis, as insaturadas".
Juliana da Mata, doutora em Alimentação, Nutrição e Saúde pela UERJ
A especialista atentou para a importância de ingerir a carne do peixe.
"O consumo de pescado melhora e previne as doenças cardiovasculares, além de ajudar a controlar o nível do colesterol no sangue. A ingestão de peixes oriundos de águas profundas como o bacalhau, o atum e até a sardinha, que são ricas fontes de ômega 3, além de proteger nossas artérias, auxilia na manutenção dos níveis de triglicerídios do sangue", detalhou.
Páscoa
A corrida pelos ovos de Páscoa em Maricá também levou diversas pessoas a formarem um grande fila em uma loja de alimentos no Centro de Maricá até o início da tarde desta quinta-feira (1º).
Apesar da fila estar grande, a movimentação no interior da loja estava tranquila e os clientes estavam entrando de dois a três por vez.
A moradora de Araçatiba, Suelen Nicolau, contou que ficou cerca de 35 minutos na fila.
"Aproveitei que precisava buscar um produto que comprei na internet e vim garantir o ovo de Páscoa para o meu filho. Esse ano vai ser menor, porque os preços estão nas alturas", disse.
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