Atenção!
Sinal de alerta: Niterói, SG e Maricá registram casos de coqueluche
Notificações aumentaram mais de 300% no estado este ano
Na Região Metropolitana do Rio, os municípios de Niterói, São Gonçalo e Maricá já possuem casos confirmados de coqueluche. Por isso, nesta semana, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) emitiu um alerta para o crescimento da doença.
De acordo com dados da SES, até esta terça-feira (9), foram registradas 44 confirmações da doença, enquanto em todo o ano passado foram registrados apenas oito casos. Isso representa um crescimento de mais de 300% nas notificações.
A maioria dos casos ocorreu na Capital, com 38 registros. Além disso, foram confirmados dois casos em Maricá e um em cada uma das seguintes cidades: Iguaba Grande, Macaé, Niterói e São Gonçalo.
Segundo Claudia Mello, secretária de estado de Saúde, o aumento nos casos está relacionado com a queda na cobertura vacinal contra a doença.
“Temos notado um aumento importante no número de casos de coqueluche, principalmente em crianças e adolescentes de 10 a 19 anos. Por isso, reforçamos a necessidade do público-alvo ser vacinado com todas as doses de reforço para garantir a imunização necessária contra a doença”, enfatizou a secretária.
Vacinação baixa
Em 2023, a cobertura vacinal para os imunizantes Pentavalente e DTP ficou abaixo da meta de 95%, com índices de 72,21% e 72,26%, respectivamente. Para a dTpa Adulto, a cobertura alcançou 52,51%, abaixo da meta de 100%. A SES-RJ destaca a importância de que o público-alvo busque as unidades de saúde locais para garantir a imunização.
Para a vacina Pentavalente, a imunização é obrigatória para bebês de dois, quatro e seis meses. A DTP é destinada a crianças de 15 meses e 4 anos. Já a dTpa adulto é recomendada a gestantes e puérperas, profissionais de saúde, parteiras tradicionais e estagiários da saúde que atuam em maternidades e unidades de internação neonatal.
O que é a doença
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de alta transmissibilidade, que compromete de forma específica o aparelho respiratório, especialmente a traqueia e os brônquios, e se caracteriza por espasmos de tosse seca. O diagnóstico é realizado por meio de exames laboratoriais solicitados pela equipe médica responsável.
Os sintomas são caracterizados por febre, mal-estar geral, coriza e tosse seca. A transmissão acontece principalmente pelo contato direto entre a pessoa doente e a pessoa suscetível, por meio de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas durante a fala, a tosse e o espirro.
Três fases distintas
Segundo Margareth Portella, responsável pela Câmara Técnica de Pediatria do Conselho Regional de Medicina (Cremerj, a coqueluche apresenta três fases distintas que podem ser confundidas com uma gripe leve.
Na fase catarral, os sintomas incluem febre, coriza, mal-estar geral e tosse seca. Na fase aguda, há crises de tosse intensa que terminam em tosse paroxística, muitas vezes seguida de vômitos e dificuldade para se alimentar e beber. A fase de convalescença se caracteriza pela persistência da tosse seca até seu completo desaparecimento.
Ainda de acordo com Portella, as vacinas são a única forma eficaz de proteção contra a doença e estão disponíveis tanto na rede do SUS, pelo PNI, quanto na rede privada.
As crianças menores de um ano devem tomar três doses da vacina Pentavalente de células inteiras ou da Hexavalente, além de dois reforços aos 15 meses e aos 4 anos. As grávidas devem tomar a vacina dTpa a partir da 20ª semana de gestação ou no puerpério imediato. Profissionais de saúde também devem tomar a dTpa, e a SBP e a SBIm recomendam que todos os adultos tomem um reforço a partir dos 14 anos a cada 10 anos.
Portella ainda destacou que entre 1995 e 2011 tivemos poucos casos de coqueluche, que aumentaram no período de 2012 a 2014, voltando a cair até o período de menor incidência durante a pandemia de 2020 a 2023.
Períodos de maior incidência correspondem a menor cobertura vacinal e, ao contrário, maior cobertura vacinal resulta em menor incidência da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito através de exame laboratorial, via coleta de swab na região nasofaringe, ou através da técnica do PCR (reação em cadeia da polimerase) em tempo real. Em uma rede de laboratórios particular, em Niterói e São Gonçalo, há registro de alta na procura pelo exame.
“Tem aumentado a procura pelo teste molecular para Bordetella pertussis e parapertussis nesta época do ano, devido a maior incidência dos casos de doenças respiratórias”, garantiu a diretora médica patologista clínica, Dra. Christina Bittar. Cabe ressaltar que a principal medida de prevenção contra a Coqueluche é a vacinação.
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