Cidades
Taxistas são contra decreto que libera uso de bermuda no Rio
A categoria de taxistas é contrária à inclusão no decreto temporário que autoriza o uso das bermudas na cidade do Rio. O Sindicato dos Taxistas Autônomos do Município do Rio de Janeiro (Stamrj) informou, nesta quarta-feira (29), que estuda pedir a retirada da exigência da medida para os profissionais da categoria.
O texto libera a vestimenta entre dezembro e março do ano que vem, período marcado por altas temperaturas por conta do verão.
A revelação do sindicato ocorre no mesmo dia em que o prefeito Eduardo Paes (PSD) autorizou em Diário Oficial, tanto bermudões, como calças e bermudas na altura do joelho para os servidores municipais, motoristas de táxis, de ônibus, de vans e kombis credenciadas, além de trocadores de ônibus.
Segundo o decreto, a permissão vale até o dia 31 de março de 2022. Conforme o texto, nos casos de situações específicas de cada órgão, caberá aos titulares de secretarias e presidentes de empresas a regulamentação da medida.
Para o diretor de comunicação do Stamrj, Vagner Monteiro, de 54 anos, o uso do traje não seria adequado para o exercício da profissão de taxista.
"Nosso posicionamento é contrário à utilização de bermudas, uma vez que não condiz com a nossa profissão. Mesmo a bermuda estando abaixo do joelho, somos contra. Entendemos que temos que trabalhar com vestes adequadas ao público", ressalta.
Já o vice-presidente do Sindicato dos Taxistas do Estado do Rio de Janeiro (SIMEATAERJ), Alexandre Rezende, disse que a prerrogativa não se sustenta, segundo ele, pela qualidade dos carros, com 100% da frota equipada com ar-condicionado.
"É uma prática antiga, que remonta a época em que nossos carros não possuíam ar-condicionado. Entendemos que somos um capital tropical, com forte viés turístico, mas precisamos aprimorar nosso trabalho e nos profissionalizar a cada ano. A vestimenta do profissional taxista é mister na relação com seus passageiros. Atendemos turistas, óbvio que sim, mas não podemos esquecer que atendemos a população em geral e que o uso da bermuda causa uma impressão de casualidade excessiva", pontua.
O SIMEATAERJ disse que não houve tempo de solicitar à Secretaria Municipal de Transportes, a retirada da categoria do decreto temporário, mas reforçou a pretensão para o ano que vem.
"Iremos, em 2022, formalizar tal solicitação. Nossa profissionalização passa por uma série de quesitos, e a uniformidade nas vestimentas deve ser um dos tópicos abordados", finaliza Rezende.
Procurado, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro ainda não se pronunciou sobre a liberação do novo uniforme de trabalho para motoristas e cobradores de ônibus.
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