Vacinação em crianças com comorbidades tem baixa procura em Niterói

Unidades de saúde que estão disponibilizando a vacina contra a Covid-19 a bebês de 6 meses a 2 anos com comorbidade registraram baixa procura na manhã desta sexta (18). A Prefeitura de Niterói oferece o imunizante em quatro policlínicas da cidade neste primeiro dia. 

Segundo a prefeitura, por conta do número reduzido de doses recebidas pelo Ministério da Saúde, inicialmente as aplicações estão sendo realizadas em quatro unidades: Policlínica Regional Carlos Antônio da Silva, no bairro de São Lourenço; Policlínica Regional Sérgio Arouca, no Vital Brazil; a Policlínica Regional da Engenhoca e na Policlínica Regional de Itaipu, na Região Oceânica. 

Moradora do Vital Brazil, a vendedora Juliana Moreira, de 42 anos, acordou cedo para garantir a primeira dose da filha, a pequena Clara Moreira Carnevale, de 2 anos e 4 meses, que sofre de asma. Elas foram as primeiras a chegar na Policlínica Regional Sérgio Arouca. Apesar da ansiedade, ela foi atendida com a rapidez. 

"Estávamos superansiosas, na expectativa, esperando. Hoje [sexta] estava tudo programado, acordamos bem cedo e trouxemos a pequenininha para tomar a vacina. Foi bem rápido, não ficamos muito tempo já fila. Essa vacinação é muito importante e essencial, mas que bom que chegou", contou.

Por conta do número reduzido de doses recebidas pelo Ministério da Saúde, aplicações estão sendo realizadas em quatro unidades na cidade

Apesar da rapidez, o eletricista João Gabriel de Santana, de 36 anos, disse que no Sérgio Arouca poderia ter filas separadas, já que crianças e adultos dividiam a mesma.

"Eles poderiam fazer de forma separada uma fila para as crianças e outra para os adultos, mas tem apenas uma única fila para todo tipo de público", relatou.

Na Policlínica Regional de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, pela manhã, era possível ver poucas crianças chegando ao local para receber o imunizante. Segundo funcionários, nos últimos dias, foi grande o número de pessoas que procuraram a unidade para o teste contra o vírus.

"Neste primeiro dia está tendo poucas crianças aqui para serem feitas as aplicações, vamos ver como serão os próximos dias, já que hoje é data inicial. Ontem [quinta], foram realizados cerca de 300 testes, mais de 150 deram positivo", contou um funcionário.

Martha Lúcia de Almeida, de 43 anos, contou que ficou sabendo da vacinação somente nesta sexta pela manhã. A dona de casa não tinha se programado, mas fez questão de largar os serviços em casa para vacinar o filho Lucas Almeida, de 1 ano e sete meses, que também sofre de doença respiratória.

"Vim correndo, pois como sempre vejo na nas reportagens, as filas ficam enormes, mas cheguei aqui e vi que tinha poucas crianças. Isso significa que a procura está muito baixa, mas é muito importante que todas as crianças sejam imunizadas", disse. 

O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, alerta para a importância da vacinação.

“Iniciamos a vacinação contra a Covid19 para faixa etária de seis meses a dois anos e é muito importante que os responsáveis levem as crianças para receberem a imunização.  A vacina é segura e fundamental como uma das formas de enfrentamento à doença”, declarou.

Doses

As doses da Pfizer chegaram ao estado no dia 11 e foram distribuídas aos municípios. A Secretaria Estadual de Saúde informou que recebeu 76 mil doses da vacina Pfizer disponibilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. 

Em 27 de outubro, o Ministério da Saúde recebeu o primeiro lote de vacinas Covid-19 para crianças de seis meses a menores de três anos.

Casos positivos

O aumento do número de casos em alguns municípios já preocupa autoridades de saúde. Por conta do aumento de casos positivos de Covid-19, a Prefeitura de Maricá informou que está estudando novas estratégias de contenção ao vírus.

A pasta disse ainda que o município ampliou a oferta de testes rápidos de detecção da doença em todas as Unidades de Saúde da Família (USF), abrangendo todo o território de Maricá. A cidade teve, nas primeiras semanas de novembro, aumento de 350% na procura pelo imunizante, comparado a outubro. 

O município segue aplicando a primeira e a segunda doses de reforço (terceira e quarta doses) para a população com 18 anos ou mais. Os adolescentes de 12 a 17 anos (incluindo imunossuprimidos) devem receber um reforço, com intervalo de quatro meses da segunda dose. Já para as crianças de 3 a 11 anos estão previstas duas doses da vacina. 

Uso de máscaras

A Prefeitura Araruama decretou a partir desta quinta-feira (17), o uso de máscaras volta a ser obrigatório na cidade para determinados grupos. Apesar de 98% da população adulta do município estar vacinada com a segunda dose contra a Covid-19, o aumento de casos do estado do Rio faz com que a administração municipal escolha voltar com a obrigação.

Pelas novas regras, estão obrigados a utilizar o utensílio:

-Funcionários de estabelecimentos que fazem atendimento ao público

-  Alunos e profissionais de escolas públicas e particulares

- Em serviços de saúde, pessoas em: hospitais, clínicas, consultórios, laboratórios de exames e serviços de tratamento na área da saúde para funcionários e pacientes. 

Além disso, o uso da máscara também se torna obrigatório aos funcionários de todos os estabelecimentos comerciais do município.

Rio

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) prorrogou para sexta-feira (18), das 8h às 17h, e sábado (19), das 8h às 12h, a vacinação contra a Covid-19 para crianças de seis meses a 4 anos com comorbidades ou deficiência. A vacina Pfizer infantil, destinada a este público, segue disponível em 131 unidades de saúde específicas.

Para que a criança seja vacinada, o responsável deverá apresentar comprovante demonstrando que ela pertence a um dos grupos de comorbidades (exames, receitas, relatório médico, prescrição médica etc) prioritárias para a vacinação.

A relação das comorbidades e o endereço das unidades onde a vacina está disponível podem ser consultado em coronavirus.rio/vacina. 

São Gonçalo

Em São Gonçalo, a prefeitura voltou a recomendar o uso do acessório em locais fechados. A exigência segue para profissionais de saúde e clínicas. Pessoas com comorbidades, idosos e gestantes também devem ter os cuidados redobrados contra a doença. A cidade, no entanto, não respondeu sobre a vacinação em crianças de 6 meses a dois anos com comorbidades.