Desespero

'Vi meu filho morrendo', diz mãe de menino eletrocutado em Angra

Ruan de Castro tem 11 anos e está internado no Heat

Ruan teve queimaduras de terceiro grau
Ruan teve queimaduras de terceiro grau |  Foto: Rede social
  

"Eu vi o meu filho morrendo. Foi uma cena que eu nunca vi na minha vida". Essas foram as palavras da autônoma Alexandra Kelly, de 43 anos. Ela é mãe do menino Ruan de Castro Carvalho de Barros, de 11 anos, que sofreu uma descarga elétrica na segunda-feira (4), após ser atingido por fios de alta tensão da Enel, em Angra dos Reis, no Sul Fluminense. 

Ruan está internado no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, com queimaduras de terceiro grau.

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"Estou passando essa prova com ele aqui, sem dormir, com dores, não posso fechar o olho que vem aquela cena. Ele não tem jeito pra sentar, pra levantar, não está se alimentando, porque perde a fome. Tem queimaduras na perna, no pé, costas, cabeça, braço, em tudo quanto é local do corpo", lamenta a mãe.

O acidente ocorreu próximo a uma obra, onde os fios estavam pendurados, entre a Praia da Chacará e o bairro Balneário. No local está sendo construído um novo centro de informações turísticas do município. 

Segundo testemunhas, o local é bastante movimentado por pedestres e, na hora do acidente, alguns deles tentaram ajudar o menino até a chegada dos primeiros socorros.

Acidente ocorreu nesta segunda (4), no começo da tarde
Acidente ocorreu nesta segunda (4), no começo da tarde |  Foto: Divulgação/Prefeitura de Angra dos Reis
 

Alexandra tinha ido com Ruan até ao posto do Detran, que fica em um shopping da cidade. 

"Saindo de lá, pra pegar o ônibus de volta para o Centro, fui atravessar, por um local onde sempre passei e várias pessoas passam, esse fio cai. Eu senti o Ruan tremendo, eu cai e machuquei o braço, queria estar no lugar dele, ele no chão, pegando fogo no corpo inteiro, aquela gritaria, comecei a gritar os comerciantes, que me ajudaram", lembra ela.

Ela se recorda que pedia para que não deixassem seu filho morrer.

"Eu só gritava para não deixar meu filho morrer. Os comerciantes falaram que já foi feita abertura de ocorrência sobre esse fio e que nada aconteceu [...] Se não fosse essa negligência isso não teria acontecido".

A criança foi atendida pela equipe do Hospital Municipal da Japuíba (HMJ) e transferida para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, para seguir com o tratamento.

Desde o acidente, Alexandra tem acompanhado a recuperação do filho na unidade médica.

"Parou a minha vida, porque eu não sei quanto tempo vou ficar aqui. A vida dele também, porque estuda. Fiquei sabendo que não é a primeira vez que acontece. E se ele morre? Como é que fica? Eu quero justiça pelo meu filho. Eu vi meu filho morrendo, foi uma cena que eu nunca vi na minha vida".

Procurada, a Enel Distribuição Rio disse que vai prestar assistência à criança. 

“A Enel Distribuição Rio lamenta profundamente o acidente ocorrido envolvendo um adolescente em Angra dos Reis. Assim que tomou conhecimento do fato, a empresa enviou um representante ao Hospital Geral da Japuíba para acompanhar o caso e tomar as medidas necessárias. A empresa fará contato com os familiares para prestar assistência, bem como apurar as circunstâncias do acidente”, disse a empresa em nota.

Já a prefeitura de Angra dos Reis afirmou que iria processar a Enel pelo “péssimo serviço prestado pela empresa ao município” e ainda afirmou que a "negligência da empresa fez uma vítima". Além disso, eles afirmaram que cobram vistorias da empresa desde outubro do ano passado. Confira a nota completa aqui.

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