Um dia depois de completar quatro anos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista, Anderson Gomes, o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o executor, foi alvo da operação contra tráfico internacional de armas dos EUA para o Brasil, que acontece na manhã desta terça-feira (15). A operação está sendo realizada na capital do Rio, em Campo Grande/MS e em Miami, nos EUA. Lessa está em um presídio federal no Mato Grosso do Sul.
Segundo a Polícia Federal (PF), cerca de 50 policiais federais, membros do Ministério Público Federal (MPF) e agentes americanos, cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A ação conta com apoio da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos.
Ainda segundo a PF, as investigações, que já duram cerca de dois anos, desvendaram a existência de um grupo responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA e, posterior, envio ao Brasil.
A internalização do armamento, no Brasil, se dava através de rotas marítimas (contêineres) e aéreas (encomenda postal) pelos estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina, e tinham como destino final uma residência em Vila Isabel, no Rio. Na maioria das vezes, o material era acondicionado dentro de equipamentos, como máquinas de soldas e impressoras, despachadas juntamente com outros itens, tais quais telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.
Até às 9h30, os agentes apreenderam arma, um cofre e outros matérias na casa de um dos alvos em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. Na casa de outro alvo, no mesmo bairro, os policiais apreenderam armas, joias e celulares.
Missa
Na manhã desta segunda-feira (14), uma missa foi realizada na Igreja da Candelária, no Centro do Rio, e lembrou os quatro anos do assassinato da vereadora e do motorista. Familiares e amigos participaram da homenagem.
Apesar de já terem se passado quatro anos das mortes, até hoje ninguém foi condenado.
Marielle e Anderson foram executados na noite do dia 14 de março de 2018, no bairro Estácio, na região central do Rio, quando o carro onde estavam foi surpreendido por disparos provenientes de outro veículo.