Polícia

Bandidos de Niterói na mira da PM após expulsão no Fonseca

Imagem ilustrativa da imagem Bandidos de Niterói na mira da PM após expulsão no Fonseca
|  Foto: Foto: Vítor Soares
Ocorrências foram registradas no Fonseca e Engenhoca, na Zona Norte de Niterói. Foto: Arquivo/ Vítor Soares

Moradores da Zona Norte de Niterói compartilharam, durante toda esta terça-feira (9), áudios e vídeos de confrontos entre os policiais militares e traficantes do Comando Vermelho (CV), facção que domina o tráfico de drogas da região. Os relatos começaram por volta de 6h e terminaram somente na madrugada desta quarta-feira (10). A operação, realizada pela Polícia Militar, terminou com morte, acusado baleado, drogas apreendidas e moradores assustados.

De acordo com a Polícia Militar, as ações tiveram como objetivo a retirada de barricadas impostas pelos criminosos em diferentes pontos das comunidades com o intuito de atrapalhar incursões e patrulhamentos da corporação. Além disso, os militares buscaram cumprir mandados de prisão e localizar os responsáveis pela expulsão da advogada Ester D’arc de sua casa localizada na comunidade da Palmeira.

A primeira das quatro ocorrências registradas na região aconteceu por volta das 10h, na comunidade Coronel Leôncio. Na ação, dois homens e uma mulher foram presos após tentarem fugir de uma abordagem policial no interior da comunidade. Com eles, foram apreendidos um rádio transmissor e uma pequena quantidade de drogas.

Menos de uma hora depois, militares do Batalhão de Niterói apreenderam um rádio transmissor e drogas após um confronto armado ocorrido na Travessa Manoel da Encarnação Sá, no Fonseca. Os criminosos fugiram sem serem capturados pelos policiais.

No fim da tarde desta terça-feira (9), os policiais realizavam patrulhamento de rotina no entorno da comunidade do Santo Cristo, quando foram atacados por "soldados do tráfico" armados, que deram início a um intenso confronto armado, gravado e compartilhado nas redes sociais. Na ação, um suspeito de integrar o tráfico de drogas local, conhecido como 'Dentinho', foi baleado e um fuzil apreendido. Além disso, carregadores, munições, drogas e rádios transmissores foram apreendidos pelos policiais.

A última ocorrência registrada foi às 18h40, no alto da comunidade da Coronel Leôncio, quando os militares se depararam com um grupo de mais de oito homens armados. Durante o confronto, um suspeito, ainda não identificado, foi baleado e não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito no local. Com ele, foram apreendidos uma pistola, um rádio transmissor e drogas. O caso foi registrado na Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG).

Medo no Fonseca e Engenhoca

Moradores da região relataram que os únicos prejudicados com essas operações são eles próprios, que perdem o direito de ir e vir pela tensão e o medo de serem atingidos por uma "bala perdida", além dos sustos com os disparos, que duraram mais de 15 horas.

"Tem criança, adultos e avós que precisam sair de casa e não puderam por causa desses tiros. Isso começou de manhã e está até agora à noite. Não é possível que a gente vá dormir com esse som de tiros", dizia um dos comentários nas redes sociais.

Região foi palco de guerra armada em meio a pandemia

O conjunto de comunidades localizado nos bairros Fonseca e Engenhoca, na Zona Norte de Niterói, foi palco de uma guerra armada entre traficantes das facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) entre os meses de abril e maio deste ano. Durante algumas semanas, os moradores da região ficaram sob a "linha de tiro" de traficantes, que duelavam pela "autoestima" e pelo controle do crime organizado daquela região.

Após intensos confrontos, que aconteciam em qualquer hora do dia, a principal facção criminosa do Estado do Rio conseguiu invadir a região e expulsar o Terceiro Comando Puro (TCP), que controlava o crime organizado do Complexo do Santo Cristo, formado pelas comunidades Santo Cristo, Palmeira, Pimba, Coréia e Coronel Leôncio, nos bairros Fonseca e Engenhoca.

Desde então, uma sensação de "paz" toma conta dos moradores da região em razão de uma suposta desistência do TCP daquele território. Entretanto, os momentos de "calmaria" e "tranquilidade" acabam por cessar em razão da "visita" de policiais militares, que visam o combate ao tráfico de drogas e são alvos de ataques de traficantes, que pretendem "sustentar" a guerra com o Estado.

Violência armada cai no Grande Rio

Um ano e cinco meses após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir operações policiais durante a pandemia no Rio de Janeiro, os resultados da liminar são positivos e o número de tiroteios em ações e operações policiais no Grande Rio caiu.

Desde o início da vigência da medida, houveram 1.693 tiroteios em ações e operações policiais na Região Metropolitana do Rio, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Uma queda de 38% em comparação ao período de um ano e cinco meses antes da medida entrar em vigor, quando houve 2.715 registros.

Segundo a plataforma Fogo Cruzado, desde o inicio de vigência da medida, houve queda de 35% no número de mortos (769) e de 33% nos feridos (912) em tiroteios decorrentes de ações e operações policiais, em comparação ao período de um ano e cinco meses anterior a medida, quando 1.178 morreram e 1.353 ficaram feridos.

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