Polícia

Braço político da milícia que atua em Nova Iguaçu na mira da Polícia Civil

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Policiais Civis com documentos apreendidos na operação, chegam à Cidade da Polícia no Jacarezinho, Zona Norte do Rio. Foto: Via Grupo Plantão Enfoco.

As Secretarias de Economia, Planejamento e Finanças e de Infraestrutura, além do gabinete de um vereador de Nova Iguaçu foram alvos na manhã desta terça-feira (24), uma operação para cumprimentos de mandados de busca e apreensão que apura indícios de fraudes em licitações realizadas pelo município.

Ao todo fora, expedidos 21 mandados de busca e apreensão que também foram cumpridos em condomínios de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital, e Cabo Frio, na Região dos Lagos.

De acordo com delegado Thales Nogueira Braga, titular da Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), as investigações tiveram início há oito meses, depois que um monitoramento de ação de inteligência da polícia verificou a ausência de transparência nos contratos em Nova Iguaçu.

"O processo licitatório vinha sendo publicado, mas depois de um certo momento não há mais publicações. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE), chegou a fazer uma intervenção pela falta de transparência. Sendo assim, fomos atrás para saber onde estava sendo executado o objeto deste contrato. Foi aí que as investigações mostraram que de maneira ilícita, supostamente esse contrato estava sendo direcionado para a realização de obras em área de milícia. Com a finalidade, de oferecer a apoio logístico para alguns políticos. Tudo que foi apreendido hoje, como documentos, telefones celulares, passará por perícia e possivelmente teremos no futuro um desdobramento dessa operação", destacou.  

Fraudes

Ainda segundo o delegado, apenas em um dos contratos investigados, os valores pagos superam a quantia de R$ 17 milhões. Um dos endereços onde a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão foi na casa de uma empresário que se beneficiava com os contratos fraudulentos. 

"Também tivemos no endereço do vereador, uma apreensão no valor de R$ 10 mil em espécie. E, posso afirmar que existem fortes indícios do envolvimento deste parlamentar com a milícia. Além de termos elementos que indicam que ele [vereador] direcionava contratos e escolhia as vias a serem recapeadas e em troca disso, ele pedia apoio político de lideranças daquelas comunidades", explicou.

O delegado disse também que a força tarefa da Polícia Civil terá sempre foco em restituir ao município.

"Não podemos confundir isso. Se o servidor tem uma conduta errada, não quer dizer que o valor não será devolvido, caso evidenciada essa fraude. Outras delegacias estão debruçadas nas questões no que diz respeito as milícias, e a nossa especializada está envolvida nas investigações dos contratos públicos e da parte financeira", finalizou.

De acordo com a polícia, os envolvidos são investigados por organização criminosa, crimes contra licitação e peculato,

O que diz a prefeitura

Em nota, Prefeitura de Nova Iguaçu informou que entregou todos os dados solicitados pelos investigadores e que "todos os documentos relativos à licitação sempre estiveram no Portal da Transparência da Prefeitura de Nova Iguaçu e há documentos que comprovam isso".

Ainda de acordo com a nota, não existe suspensão da licitação pelo Tribunal de Contas do Estado e que tem documentos que mostram que a representação foi arquivada.

A administração municipal disse ainda que "vai auditar todos os contratos mencionados e que a procuradoria do município ainda não teve acesso às acusações do inquérito". Por fim, a nota informou que "a prefeitura repudia qualquer prática fora da lei e da boa governança".

Sobre a realização de busca e apreensão no gabinete de um vereador, a Câmara Municipal de Nova Iguaçu disse através de nota, que não foi intimada e nem tem informação sobre o objeto das acusações.

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