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    'Brigadeirão', cigana, remédio: entenda caso do empresário morto

    Júlia Andrade Cathermol, principal suspeita, continua foragida

    Publicado 04/06/2024 às 15:47 | Autor: Enfoco
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    Vítima segurou prato com brigadeirão supostamente envenenado
    Vítima segurou prato com brigadeirão supostamente envenenado |  Foto: Reprodução / Redes Sociais

    A Polícia Civil segue em busca de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, considerada foragida desde terça-feira (28), para finalizar as investigações sobre o homicídio de seu namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond. O Enfoco listou os principais desdobramentos do caso até esta terça-feira (04). 

    O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto em seu apartamento no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira, 20 de maio. O cadáver foi encontrado em estado avançado de decomposição. Após laudos cadavéricos, foi comprovado que Luiz Marcelo morreu no dia 17 de maio, última vez que foi visto em seu prédio, junto de Julia. 

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    A Polícia Civil iniciou investigações sobre o caso, enquanto a família levantou suspeitas sobre o envolvimento da namorada de Luiz na morte. Devido ao avançado estado de decomposição do corpo, a causa da morte não pôde ser confirmada imediatamente.

    Testemunhas relataram que a última pessoa vista com o empresário foi sua namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que também foi observada utilizando o carro e outros pertences de Luiz após o desaparecimento dele.

    Durante o inquérito, no dia 22 de maio, Júlia prestou depoimento à polícia, alegando ter sido agredida por Luiz antes de sua morte. Ela também mencionou um pagamento feito pelo empresário, de R$ 2.600, a um agiota, supostamente para protegê-la de ameaças.

    Nos relatos, a suspeita relatou que na manhã do dia 18, Luiz Marcelo havia pedido que ela colocasse tudo dentro do carro e levasse para um ponto na Comunidade da Maré, na Zona Oeste do Rio.

    Ainda conforme o depoimento, ela obedeceu ao empresário, mas, ao sair com o veículo da garagem, teria ‘batido o retrovisor’, o que fez com que o empresário desferisse um tapa em seu rosto, quando contou a ele sobre o dano ao carro, no fim do dia. 

    A acusada relatou também que entregou o carro do empresário a um homem 'alto, magro, bochecha meio caída, com cerca de 40 a 50 anos, moreno' em um ponto da comunidade.

    No depoimento, a Carthemol diz que, logo após entregar o veículo ao homem, ela foi de ônibus ao Méier, na Zona Norte, e que ficou por lá passeando, voltando para casa somente à tarde, de táxi. 

    Júlia continuou o relato afirmando que na segunda (20), dia em que o cadáver foi encontrado em estado avançado de decomposição, Marcelo acordou bem e fez o café da manhã, mas ainda apresentava um comportamento agressivo, o que motivou sua saída da casa. 

    Devido às acusações de agressões, Júlia Andrade Cathermol foi encaminhada para o Instituto Médico Legal para fazer um exame de corpo de delito. O laudo constatou um ferimento no braço esquerdo, mas a polícia descartou que tenha sido Marcelo, já que no dia da suposta agressão, ele já estava morto.

    Júlia é considerada a principal autora do crime. No entanto, quando foi prestar o depoimento à Polícia Civil, no dia 22, a hipótese de homicídio ainda não estava confirmada, por isso a mulher foi liberada. 

    A autoria do crime foi sendo cogitada após serem apresentadas contradições entre os fatos noticiados pela suspeita e os demais elementos reunidos.

    Bens vendidos 

    Posteriormente, surgiram detalhes sobre o relacionamento entre Júlia e Luiz, incluindo a pressão exercida por ela para que o empresário alterasse documentos em seu favor. Além disso, relatos de familiares, indicavam que Luiz estava sob efeito de substâncias nos dias que antecederam sua morte, mesmo sem ser conhecido por consumir álcool ou drogas.

    Cigana presa por envolvimento na morte 

    A investigação também revelou o envolvimento da cigana Suyane Breschak, presa e acusada de participação no assassinato, no dia 28 de maio, em Cabo Frio. 

    A cigana funcionava como mentora espiritual de Júlia, e teria ajudado a suspeita a se desfazer dos bens de Luiz após o crime. 

    Suyane soube da morte por telefone no dia 18 de maio, através da própria cliente, que detalhou ter feito dois "brigadeirões" — um deles com 50 comprimidos moídos de dimorf de 30mg (sulfato de morfina pentaidratado, atua sobre o sistema nervoso central aliviando dores intensas) ingerido pelo empresário. 

    Na ligação, a suspeita teria narrado ainda com detalhes a morte. No dia seguinte, Júlia detalhou que cobriu o corpo com lençóis e cobertores e colocou o ventilador direcionado, pois a vítima estava "fedendo demais". Em dado momento, um urubu chegou a aparecer na janela, então a suspeita limpou a casa com água sanitária. 

    Com auxílio da cigana Suyane Breschak, Júlia se desfez dos bens de Luiz Marcelo, incluindo seu carro, vendido por R$ 75 mil. Um homem foi preso em flagrante por receptação após ser encontrado com o veículo, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. 

    Suyane afirmou que Júlia a procurou anos atrás para ajuda espiritual e que, ao longo do tempo, acumulou uma dívida de R$ 600 mil pelos serviços prestados.

    Mãe não aprovava relacionamento da mulher com o filho 

    Conforme um familiar, que preferiu manter o anonimato, o casal se conhecia há 10 anos, mas engataram o relacionamento no último mês antes da morte do empresário, ocasião em que a suspeita se mudou para a casa dele.

    Ainda segundo os relatos, a mãe do empresário não aprovava o relacionamento, enquanto era viva. 

    Marido de cigana também depôs 

     Na tarde da última segunda-feira (03), o ex-marido da cigana Suyany Breschak, presa por envolvimento no crime, depôs na 25ª DP (Engenho Novo). No depoimento, o homem, que também é cigano, disse que no dia 26, a ex-mulher mandou um áudio para a mãe dele, afirmando que daria veneno aos seus dois filhos, de 5 e 9 anos, e logo em seguida, tiraria a própria vida.

    Principal suspeita foragida

    A Polícia continua colhendo outros depoimentos. Contra Júlia Andrade Cathermol Pimenta, consta um mandado de prisão por homicídio qualificado.

    Qualquer informação sobre o paradeiro de Júlia pode ser enviada, de forma anônima, ao Disque Denúncia através da central de atendimento/call center (021) - 2253 1177 ou 0300-253-1177, do WhatsApp (021) – 2253-1177 e do aplicativo Disque Denúncia RJ.

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