S.O.S
Cadê Layane? Jovem deficiente auditiva desaparece após briga no Rio
Família vive a angusta com informações imprecisas

A família de Layane Caroline Mendonça Gomes, de 24 anos, que possui deficiência auditiva, vive momentos de angústia e incerteza sobre o paradeiro da jovem desaparecida há quase dois meses. Layane saiu de casa em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, no último dia 8 de outubro, com destino a uma residência de amigos na comunidade Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio, onde teria se envolvido em uma briga e sido foi agredida.
Segundo a irmã, que preferiu ter a identidade preservada por conta de ameaças que a família vem sofrendo após o sumiço da jovem, Layane deixou a casa onde mora no bairro Boa Vista à tarde, acompanhada de uma amiga também deficiente auditiva, sem avisar a família. Ao chegar à residência, encontrou outras três pessoas já presentes — duas mulheres e dois homens, todos PcDs. A jovem levou roupas, um cartão de débito com R$ 20,00 disponíveis e o celular. O plano era permanecer na casa dos amigos até o dia 15 de outubro.
Confusão e agressão
No último dia da estadia, ainda de acordo com a família, houve um desentendimento quando os amigos tentaram acessar o celular de Layane. Ao se recusar a entregar o aparelho, eles se envolveram em uma discussão. A confusão se intensificou e terminou em agressões entre Layane e a amiga. Durante a briga, a jovem teve o celular quebrado. Ainda segundo familiares, os demais amigos relataram que apenas observaram a situação, sem intervir no momento das agressões.
A família soube que Layane estava na residência porque um dos amigos entrou em contato com um parente, avisando das agressões. “Um dos surdos entrou em contato com a gente. Inclusive, ele nos comunicou sobre a agressão e depois a menina que bateu nela confirmou isso”, explicou a irmã da jovem.
Conforme a versão apresentada pelos jovens à família de Layane, em certo momento, traficantes chegaram ao local e apontaram armas para eles. Ainda segundo o relato, logo em seguida os criminosos foram embora da residência. Eles não souberam informar o motivo da presença dos traficantes no local. Os jovens afirmam que Layane saiu da casa chorando e assustada. Desde então, a família não possui notícias sobre o paradeiro da jovem.
A mãe de Layane, que preferiu não se identificar por medo, não acredita na versão apresentada pelos jovens: "Eu não acredito neles. Não sei se isso é verdade".
Depois de saber sobre o desaparecimento da jovem, familiares ainda tentaram falar com Layane por telefone, mas o celular dela estava desligado. A certeza de que a jovem esteve realmente na casa com os amigos vem de publicações feitas por ela nas redes sociais.
Ainda segundo a irmã, essa não é a primeira vez que Layane vai até essa casa. Na última vez em que esteve lá, ela também foi agredida pela mesma amiga, mas sofreu apenas ferimentos leves.
Ameaças
Além de conviverem com a angústia do sumiço da jovem, os familiares, ao tentarem buscar informações sobre o paradeiro dela, vêm sendo alvo de diversas ameaças dos próprios amigos. "Agora eles estão nos ameaçando, dizendo que vão vir atrás da gente, que não devemos ir para lá, porque vão nos bater. Vão chamar os bandidos, essas coisas", explicou.
Inclusive, os mesmo amigos conseguiram informações sobre o endereço da antiga casa da família, o que os deixou apreensivos: "Acharam o endereço da nossa antiga casa".
Preocupados e sem notícias, os familiares já percorreram diversas ruas do Rio e da região do bairro em busca de câmeras de segurança que possam mostrar o paradeiro de Layane, além de procurar informações em hospitais e no IML. Essa não é a primeira vez que a jovem desaparece; no entanto, a família está ainda mais preocupada, pois é a primeira vez que ela permanece sem dar notícias por tanto tempo.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação está em andamento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

Tayná Ferreira
Repórter
Apaixonada pela comunicação e amante da Língua Brasileira de Sinais (Libras), também adora fotografia, boas conversas e filmes

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