Polícia
Casal de Niterói nega ter sido racista com jovens de São Gonçalo
O casal acusado de racismo contra dois jovens negros, no último dia 28, em Itacoatiara, prestou depoimento na sede da Delegacia de Itaipu (81ªDP), na manhã desta quarta-feira (1º) e negou as injúrias raciais contra os gonçalenses. Eles serão investigados pelos crimes de racismo e lesão corporal e podem pegar pena superior a cinco anos de prisão.
De acordo com o delegado Fábio Barucke, titular da distrital, o casal afirmou que encontrou cerca de cinco jovens ouvindo som alto na areia da Praia de Itacoatiara e pediram para que o grupo abaixasse a altura, o que teria sido negado pelos gonçalenses, dando início a uma confusão. Durante a discussão com os jovens, os investigados teriam agredido uma das vítimas e quebrado o aparelho celular de outro jovem.
"Eles negaram as injúrias raciais, mas não se opuseram ao fato da confusão. Embora tenham negado o crime de racismo, a nossa investigação segue com o objetivo de esclarecer o ocorrido. Nos próximos dias ouviremos novas testemunhas e buscaremos concluir o inquérito em curto espaço de tempo", disse o delegado.
Segundo uma das vítimas, de 26 anos, ele estava na praia, por volta das 8h, na companhia de um amigo, também negro, ouvindo música no aparelho celular quando foi abordado pelo casal, que teria quebrado o celular e realizado agressões físicas nos amigos. Após serem conduzidas para a delegacia, as vítimas, que moram no bairro Tribobó, narraram o que teriam ouvido dos acusados.
"Tô cansado de gente da raça de vocês aqui na praia, de pretos e gonçalenses. Estamos cansados de gente igual vocês aqui. Vocês são pobres, f*, uns merdas. Vocês não são bem-vindos nessa praia. Todos os gonçalenses deveriam ser expulsos da praia e vamos fazer o possível para isso. Quando voltar aqui não quero ver vocês", teria dito o casal de moradores aos jovens negros.
Policiais investigam uma denúncia de que um grupo de moradores estaria agindo de forma truculenta com pessoas de São Gonçalo. O objetivo dos residente é evitar que moradores do município vizinho frequentem a praia.
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