Crime

Caso Kathlen Romeu: entenda os próximos passos do processo

Cinco policiais militares são julgados por fraude processual

Kathlen estava grávida quando morreu em junho do ano passado.
Kathlen estava grávida quando morreu em junho do ano passado. |  Foto: Redes sociais
 

O julgamento dos cinco policiais militares, envolvidos com a morte da jovem Kathlen Romeu, de 24 anos, em julho de 2021, no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio, começou nesta segunda-feira (16). Durante a primeira audiência, os responsáveis da mulher e testemunhas do caso foram ouvidos.

O procedimento foi realizado na sede do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), localizado no Centro da cidade. O Ministério Público do Rio (MP) entrou com uma denúncia por falso testemunho e modificação da cena do crime por causa da ação dos policiais militares no dia da morte de Kathlen. 

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Os militares Cláudio da Silva Scanfela, Marcos da Silva Salviano, Rafael Chaves de Oliveira e Rodrigo Correia de Frias são julgados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho. De acordo com o MP, os acusados retiraram o material que estava no local antes da realização de uma perícia. O órgão ainda contou que eles acrescentaram 12 cartuchos deflagrados e um carregador de fuzil com 10 munições intactas.

O capitão Jeanderson Corrêa Sodré também é réu por fraude processual na forma omissiva. Segundo a denúncia do MP, ele se omitiu da função de monitorar o trabalho de seus subordinados. 

A primeira audiência durou 3h30 e contou com a presença de nove testemunhas: a avó da vítima, os pais e seis policiais que estavam no Complexo do Lins quando a morte ocorreu.

Denúncia de homicídio

A família alega que a jovem, que estava grávida no momento de sua morte, foi vítima de um homicídio, além de fraude processual, e pede Justiça sobre o fato. 

"A Justiça deve isso pra gente. Já se passaram 11 meses e nem denúncia o Ministério Público ofereceu. Eu já vou carregar essa dor a vida inteira e quando se prolonga tudo isso, só piora pra gente", contou Jackeline Oliveira, mãe de Kathlen.

No entanto, o Ministério Público contou que para apresentar uma denúncia de homícidio ainda é necessário haver provas para isso. O órgão continua aguardando a conclusão do inquérito policial, que está sendo realizado pela Delegacia de Homicídios da Capital.

Nova audiência marcada

O julgamento sobre fraude processual terá continuação nos próximos meses. No dia 27 de junho, os juízes irão ouvir o depoimento do cabo Juan Fernandes Lima, que foi dispensado da audiência desta segunda-feira (16) por questões de saúde. Em breve, a defesa dos acusados terão um prazo para apresentarem as provas. Posteriormente, os cinco policiais serão escutados em audiência com data ainda a ser definida.

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