Acusação do MP

Chefe de jornalismo da Globo é demitido por suspeita de corrupção

Tyndaro Menezes estaria envolvido em esquema de delegado

Tyndaro Menezes foi desligado da Globo depois de ter sido denunciado pelo MP
Tyndaro Menezes foi desligado da Globo depois de ter sido denunciado pelo MP |  Foto: Reprodução
 

Tratativas sobre valores a receber de um negócio suspeito na área da saúde, segundo o Ministério Público do Rio, revelam Tyndaro Menezes, então chefe do núcleo de jornalismo investigativo da TV Globo no Rio, como intermediador principal. Ele já foi desligado da empresa de comunicação.

Menezes foi citado sete vezes no documento apresentado contra o delegado Ângelo Ribeiro, afastado da Polícia Civil na semana passada acusado de receber R$ 2 milhões de Arthur César de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur, para encobrir inquéritos tributários, enquanto comandante da Delegacia Fazendária do Rio.

O Rei Arthur, inclusive, já teve a prisão e extradição decretadas pela Justiça do Rio na última quinta-feira (12). Tyndaro, entretanto, não é réu no processo envolvendo Ângelo e Arthur.

"Informamos que o nome do jornalista não está entre os denunciados", disse a Justiça do Rio à reportagem.

A defesa do ex-chefe da Globo ainda não foi localizada pelo ENFOCO. A Comunicação da Globo disse, em nota, que não comenta questões relacionadas a Compliance.

"Reitera que tem um Código de Ética, que deve ser seguido por todos os colaboradores, e uma ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação", esclarece. 

Leia+: Justiça do Rio manda prender Rei Arthur

Parceria

Conforme a denúncia do MP, elaborada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi encontrado um chat entre Ângelo Ribeiro e Tyndaro Menezes, que demonstra 'claramente' a parceria de ambos no meio empresarial.

Inclusive, um dos apontamentos é de que o delegado estaria intermediando negócio na área da saúde para fornecimento de insumos para uma grande rede de hospitais. 

Ribeiro afirmou, através de um e-mail datado em 14 de julho de 2017, às 10h28 da manhã, que iria dividir 1% de comissão de uma nota que retirou mediante acordo de comissão de um produto superfaturado. 

"Mas precisei ser recepcionado pela outra ponta da operação, para com sorte, ficar com 1% do valor de nota de compra... se ainda fosse da venda.... Ah! E dividir com Tyn obviamente", escreve.

MPF

Ao ENFOCO, a Globo explica que todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento e as medidas necessárias são adotadas.

Sobre as conversas mencionadas entre Tyndaro e o delegado Ângelo, o Gaeco esclarece à reportagem que os trechos foram extraídos das medidas cautelares manejadas no decorrer da investigação.

Todo o material será encaminhado, nos próximos dias, ao Ministério Público Federal (MPF) para investigação específica por, inicialmente, serem de atribuição federal.

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