Investigação
Contêineres eram abastecidos com drogas e produtos contrabandeados
Operação Ártemis, da Polícia Federal, prendeu dois servidores
O esquema com o tráfico de drogas e desvio de produtos contrabandeados alvo da Operação Ártemis, da Polícia Federal, nesta quarta-feira (17), foi tão bem arquitetado que nem mesmo o remetente e o destinatário que enviavam suas mercadorias para fora do Brasil, sabiam que esses tipos de produtos eram incluídos no mesmo contêiner.
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Segundo as investigações, empresários do ramo de exportação e importação de produtos estão envolvidos com o esquema criminoso. O grupo atua no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os membros do Rio, são responsáveis por produtos contrabandeados.
"Eles facilitam a liberação dos produtos que chegavam, alguns deles, eletrônicos contrabandeados da China", disse o delegado Ivo Roberto Costa, superintendente regional da PF.
Os membros de São Paulo ficavam responsáveis pelo tráfico internacional de drogas.
No Rio, dois analistas tributários da Receita foram presos: José Guina, em Campo Grande; e Jorge de Jesus, no Recreio. Ambos municípios são da Zona Oeste. Eles estavam afastados das atividades, após serem avaliados pelo mesmo médico.
O servidor público Jorge de Jesus, chegou na sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, às 10h30. Ele, que é analista tributário da Receita, entrou no elevador sem se defender das acusações. O outro preso, José Guina, não havia chegado na delegacia até às 10h45.
Equipes da PF chegaram na sede policial com malotes e veículos apreendidos. Segundo as investigações, as drogas saíam do porto e eram vendidas para diferentes clientes na Europa, um deles era as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, também conhecidas como grupo terrorista.
As ações ocorrem nos municípios do Rio de Janeiro e Itaguaí, no RJ; Santos e São Vicente, em SP; Belo Horizonte, em MG; Vitória, no ES, e Maceió, em AL.
O objetivo era cumprir dois mandados de prisão preventiva e 31 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, em residências, empresas e escritórios vinculados à organização criminosa. Além das prisões e buscas realizadas, foram sequestrados bens e valores que ultrapassam o montante de R$ 30 milhões.
Carga incluída em contêineres
Conforme as investigações, a carga contrabandeada eram incluídas nos contêineres após serem abastecidos com outras mercadorias legais. Quando chamavam no destino, diz a PF, outros comparsas retiravam os materiais ilícitos e a carga normal era entregue ao destinatário.
Ainda segundo as investigações, da mesmo forma, os membros utilizam a tática para importar os materiais ilícitos para o Brasil.
"A cooperação foi fundamental para a operação, foram apreendidos veículos de luxo, tiveram dois presos. Os materiais foram apreendidos em empresas e nas casas dos alvos", detalhou o delegado João Garrido, da Delegacia Regional de Investigação.
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