Baixada
'Corri risco de perder meu peito', diz paciente de cirurgião preso
Médico é sócio da unidade onde as pacientes realizaram cirurgias
Mais duas pacientes do cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva procuraram a sede da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na manhã desta terça-feira (20) para registrar ocorrência contra o médico, após apresentarem complicações cirúrgicas.
Uma delas, de 43 anos, que preferiu não se identificar, relatou ter sofrido uma infecção no seio. Segundo a paciente, ela teve que fazer uma raspagem em um dos seios por conta da gravidade da infecção.
"Eu corri risco de perder o meu peito. Fiquei sem poder olhar minha prótese durante 15 dias, tive que usar meia para evitar trombose, porque o quadro infeccioso foi muito grande, foram retiradas muitas coisas de dentro de um único seio. Não sei nem como eu estou aqui hoje, mas graças a Deus eu estou viva", contou.
Uma outra paciente, de 40 anos, que também optou pelo anonimato, contou que realizou, no dia 10 de outubro de 2020, três procedimentos cirúrgicos com o médico: abdominoplastia, mastoplastia e preenchimento de glúteos. Após as cirurgias, ela relata que apresentou sequelas, mas só teve coragem de procurar a polícia depois que viu nos noticiários, com o médico sendo preso.
"Eu conheci o trabalho dele pela internet. No começo, o atendimento foi bom, mas quando tive que voltar para as outras consultas já não era mas como antes. Ele e a secretária não tratavam a gente como nas primeiras vezes. Quando eu notei que a cirurgia não ficou boa, eu falei com ele que não estava me sentindo bem, ele falou que ia resolver e fez outro procedimento que acabou ficando pior do que já estava", contou.
A paciente disse ainda que após o transtorno não procurou nenhuma unidade de saúde porque começou a entra em quadro de depressão. Após deixar a DEAM, ela foi acompanhada do marido para fazer exame no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo a Polícia Civil, o médico foi preso suspeito de manter uma paciente em cárcere privado em um hospital particular na Baixada Fluminense. A delegada Fernanda Fernandes, titular da DEAM, investiga noves casos suspeitos de possíveis vítimas do médico na mesma unidade de saúde.
De acordo com as investigações, o médico é sócio da unidade onde as pacientes passaram pelos procedimentos.
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