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Delegado preso ostentava viagens e luxo nas redes sociais
Cipriano é investigado por ligação com Ronnie Lessa
Rio de Janeiro - Nas redes sociais, o delegado de Polícia Marcos Cipriano gostava de ostentar uma vida luxuosa com fotos em lugares paradisíacos. Entretanto, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, o policial é investigado por facilitar a vida ilegal do bicheiro Rogério Andrade e sua quadrilha. Ele está entre os presos da Operação Calígula, realizada nesta terça-feira (10). Em uma postagem antes da prisão, compartilhou uma charge que dizia: "Só se vive uma vez Snoopy. Errado! Só se morre uma vez. Vivemos todos os dias!".
A denúncia do MP aponta ainda que Cipriano foi responsável por facilitar um encontro entra o ex-PM Ronnie Lessa e a delegada Adriana Belém, na época titular da delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP).
Figura conhecida no Estado do Rio, Cipriano foi indicado pelo aliado, o governador Claudio Castro, em abril do ano passado, para receber salário de R$ 14,2 mil, no cargo de conselheiro da Agenersa, a agência reguladora dos serviços de água e esgoto do estado.
Encontros
Durante a operação do MP, nesta terça (10), investigadores revelaram que o delegado Marcos Cipriano intermediou encontro entre Ronnie Lessa, Adriana Cardoso Belém, então delegada de Polícia titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), e o inspetor de Polícia Jorge Luiz Camillo Alves, braço direito de Adriana.
A denúncia afirma que o acordo viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas da organização criminosa. O pagamento da propina foi providenciado pelo contraventor Rogério de Andrade, diz o MP.
Na mesma linha de atuação, foi denunciado como integrante do grupo o policial civil aposentado Amaury Lopes Júnior, elo do grupo com diversas Delegacias, e foi denunciado como receptor de propinas, agindo em favor de integrantes do alto escalão da Polícia Civil, o Inspetor Vinícius de Lima Gomez.
Ligações de Jairinho
Uma reportagem da Veja revelou que o delegado Cipriano foi uma das pessoas influentes no Rio que recebeu ligações do agora vereador cassado Doutor Jairinho, que segundo a polícia torturou até a morte o menino Henry Borel, filho de quatro anos de namorada, a professora Monique Medeiros.
Publicação de 8 de julho de 2021 mostra que no intervalo de cerca de um mês entre a morte do menino e a prisão do político e de sua companheira, Jairinho fez uma bateria de ligações para autoridades em busca de ajuda para se safar do crime que cometeu.
Entre seus interlocutores estava o delegado Cipriano, ligado ao governador Castro e ao secretário de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski.
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