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Delegado preso ostentava viagens e luxo nas redes sociais

Cipriano é investigado por ligação com Ronnie Lessa

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|  Foto: Arquivo Pessoal
 

Rio de Janeiro - Nas redes sociais, o delegado de Polícia Marcos Cipriano gostava de ostentar uma vida luxuosa com fotos em lugares paradisíacos. Entretanto, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, o policial é investigado por facilitar a vida ilegal do bicheiro Rogério Andrade e sua quadrilha. Ele está entre os presos da Operação Calígula, realizada nesta terça-feira (10). Em uma postagem antes da prisão, compartilhou uma charge que dizia: "Só se vive uma vez Snoopy. Errado! Só se morre uma vez. Vivemos todos os dias!". 

Delegado postou mensagem nas redes antes da prisão
Delegado postou mensagem nas redes antes da prisão |  Foto: Reprodução
 

A denúncia do MP aponta ainda que Cipriano foi responsável por facilitar um encontro entra o ex-PM Ronnie Lessa e a delegada Adriana Belém, na época titular da delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP). 

Figura conhecida no Estado do Rio, Cipriano foi indicado pelo aliado, o governador Claudio Castro, em abril do ano passado, para receber salário de R$ 14,2 mil, no cargo de conselheiro da Agenersa, a agência reguladora dos serviços de água e esgoto do estado.  

A indicação foi aprovada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em agosto, considerando a especialidade em políticas públicas. Mas dois meses depois, os deputados Alexandre Freitas (sem partido) e Felipe Poubel (PSL), além do vereador do Rio Pedro Duarte (Novo) assinaram uma ação que pedia a anulação da nomeação.
Cipriano é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por uma ligação telefônica com Ronnie Lessa, apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco.
   
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Encontros

Durante a operação do MP, nesta terça (10), investigadores revelaram que o delegado Marcos Cipriano intermediou encontro entre Ronnie Lessa, Adriana Cardoso Belém, então delegada de Polícia titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), e o inspetor de Polícia Jorge Luiz Camillo Alves, braço direito de Adriana.

A denúncia afirma que o acordo viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas da organização criminosa. O pagamento da propina foi providenciado pelo contraventor Rogério de Andrade, diz o MP.

Na mesma linha de atuação, foi denunciado como integrante do grupo o policial civil aposentado Amaury Lopes Júnior, elo do grupo com diversas Delegacias, e foi denunciado como receptor de propinas, agindo em favor de integrantes do alto escalão da Polícia Civil, o Inspetor Vinícius de Lima Gomez.

Ligações de Jairinho

Uma reportagem da Veja revelou que o delegado Cipriano foi uma das pessoas influentes no Rio que recebeu ligações do agora vereador cassado Doutor Jairinho, que segundo a polícia torturou até a morte o menino Henry Borel, filho de quatro anos de namorada, a professora Monique Medeiros. 

Publicação de 8 de julho de 2021 mostra que no intervalo de cerca de um mês entre a morte do menino e a prisão do político e de sua companheira, Jairinho fez uma bateria de ligações para autoridades em busca de ajuda para se safar do crime que cometeu. 

Entre seus interlocutores estava o delegado Cipriano, ligado ao governador Castro e ao secretário de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski.

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