Sem resposta
'Descaso', diz família de vigilante morto há quatro meses na Reduc
Segundo irmão da vítima, a investigação do crime não avançou
Quase quatro meses após a morte do vigilante Leonardo Lopes da Silva, de 39 anos, a sua família segue sem respostas e sem saber quando será preso o responsável pelo assassinato. Leonardo saiu de casa para trabalhar na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, no dia 12 de março e não voltou mais. O sentimento para os parentes é de impunidade.
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Leonardo estava trabalhando quando um criminoso, que havia acabado de assaltar um ônibus num local próximo, invadiu a Reduc e roubou uma arma de um dos vigilantes do local. Leonardo e mais um rapaz, no intuito de defender o amigo que estava sendo rendido pelo bandido, entraram em confronto armado com o criminoso.
No tiroteio, Leonardo foi atingido. Ele usava colete, no entanto a bala atingiu partes do corpo de Leonardo que o colete não protegia. O vigilante chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, mas faleceu.
“Não obtivemos respostas ainda. Nunca fomos procurados pela delegacia, pela delegada e por quem investiga. Na verdade, eu que fui lá uma vez por vontade própria e consegui apenas o boletim de ocorrência. Nunca tivemos resposta de nada! Total silêncio e descaso. É mais um caso que entrou para a estatística e já já o assunto encerra e entra no esquecimento”, afirmou Francícero Aragão, mais conhecido como Cícero, de 46 anos, irmão mais velho de Leonardo.
Para a segurança pública do Rio de Janeiro pode ter sido mais um caso, mas, para a família, é uma mãe que chora sem seu filho e uma menina de 7 anos que não tem mais o pai, além de uma esposa sem marido.
“Vamos seguindo, vivendo um dia de cada vez. Só a minha mãe que ainda acho que não caiu a ficha, está fazendo acompanhamento com a psicóloga”, contou ele.
Ainda não há nenhum suspeito identificado e, muito menos, preso. Cícero afirma que não conseguiu ter acesso nem as câmeras de segurança do local.
“Se existem câmeras e a polícia teve acesso, que com certeza eles devem ter tido, e tem imagens das câmeras que mostram o suspeito, não nos comunicaram e não sabemos quem é. É como se todos estivessem calados e nada tivesse acontecido. Se pelo menos prendessem o responsável, tava ótimo”, concluiu o irmão da vítima.
Sobre Leonardo
Morador do Irajá, na Zona Norte do Rio, Leonardo estava há um ano trabalhando como vigilante e gostava do que fazia. Ele começou a fazer um curso de Gestão de Segurança Privada e Segurança Pública por causa do trabalho.
Na primeira noite sem o pai, a filha de Leonardo chorou, segundo os relatos de parentes durante o enterro dele, que ocorreu no Cemitério de Irajá.
“No dia anterior à morte dele, Leonardo estava na praia brincando com a filha dele. Ele era uma pessoa muito alegre, feliz, raramente ficava chateado com algo, de bem com a vida. Ele entrou na faculdade tem seis meses para fazer Gestão de Segurança Privada e Segurança Pública, tinha comprado um carro novo e zero há pouco tempo que ele foi lá em casa mostrar para mim como conquista”, contou Cícero.
A morte de Leonardo segue sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Até o momento, o criminoso que o baleou segue solto.
Procurada para falar sobre a demora nas investigações do caso, a Polícia Civil se limitou a dizer que “a investigação continua na na Delegacia de Homicídios da Baixada para esclarecer o caso.”
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