Operação Desfralde

Diretora de creche é investigada por desviar R$ 6,2 milhões no Rio

Investigação apontou movimentação suspeita entre 2018 e 2021

Agentes cumprem dois mandados de prisão e um de busca e apreensão em endereços da Rocinha
Agentes cumprem dois mandados de prisão e um de busca e apreensão em endereços da Rocinha |  Foto: Polícia Federal
 

A diretora de uma creche localizada na comunidade da Rocinha, na Zona Sul do Rio, é investigada pela Polícia Federal por suspeita de desviar R$ 6,2 milhões do FUNDEB e do FNDE, programas de financiamento para educação do Governo Federal. O companheiro dela também está no radar dos agentes federais.

Nesta quinta-feira (28), cerca de 30 policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão em endereços na região. A ação ocorre desde as primeiras horas do dia. O casal será indiciado pelos crimes de peculato e estelionato majorado. As penas somadas podem chegar a 18 anos de prisão, diz a PF.

Além de aparecer como principal beneficiária das transferências bancárias, a diretora da instituição realizou diversas movimentações para o companheiro, aponta a investigação. O nome da unidade não foi informado.

"[Ela] Se utilizava dos valores para realizar viagens de lazer e compras de artigos completamente incompatíveis com o consumo de uma instituição de educação infantil como bebidas alcóolicas, cigarros, remédio para controle de colesterol, perfume importado e até composto natural para aumento de libido", disse a Polícia Federal.

A PF informou que o mandado de busca e apreensão foi devidamente cumprido na comunidade. Todavia, os investigados, alvos dos mandados de prisão preventiva, não estavam no local. As diligências continuam com o objetivo de localizá-los.

Investigação

A investigação teve início em 2021, quando, a partir de informações repassadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, foi descoberto que a responsável pela creche teria movimentado R$ 6.217.531,00 milhões de forma suspeita. 

De acordo com os investigadores, as movimentações aconteceram entre 2018 e 2021, sendo identificado que parte desta quantia era proveniente de programas federais de apoio à educação, a exemplo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A PF suspeita, ainda, que a investigada tenha falsificado documentos para forjar o número de crianças atendidas pela instituição e garantir o aumento de repasses de verbas públicas.

"Foi determinado, ainda, o sequestro do imóvel em que funciona a creche e seu uso pela Secretaria Municipal de Educação, que apoiou a investigação, de modo a não interromper o atendimento prestado às crianças da comunidade", frisou a PF.

Esta reportagem está em atualização.

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