Suspeita
Dona de cadela abandonada em Niterói é investigada pela polícia
O delegado também escutará o homem que deixou o animal no local
O delegado Wellington Pereira, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), já ouviu a moradora do bairro Fonseca, em Niterói, dona da cadela Zaira, que foi abandonada em uma rua da região no dia 11 deste mês. Ela alegou que procurava pelo animal.
“Ela disse que a cadela havia fugido e que estava procurando o animal. Agora só falta ouvir o homem que foi flagrado abandonando a cachorra”, contou o delegado ao ENFOCO.
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O delegado da especializada também deve ouvir uma testemunha do crime. Se ficar comprovado que a dona abandonou a cadela e pediu para o homem sumir com o animal, eles podem responder por maus-tratos. A pena é de dois a cinco anos de prisão, em caso de condenação.
Na semana passada, o delegado informou que essa foi a primeira vez que ele se deparou com uma caso como este em toda a sua carreira.
"Um cachorro trancado dentro de uma mala foi a primeira vez. Não tem como não dizer que não foi a intenção de matar porque foi. Era para a cadela morrer no sol, sem água, sem respirar. Isso foi feito da forma mais cruel possível", disse.
O caso
A cachorra foi deixada dentro da mala fechada e tinha a boca amarrada com barbantes. Uma senhora que passava pela rua viu a mala se mexer e decidiu abrir. Os moradores, em um primeiro momento, ofereceram água e comida, e perceberam que ela não conseguia se levantar. Uma jovem resgatou o animal e o levou ao veterinário.
A autônoma Danielle Paiva, que foi uma das responsáveis pelo resgate da cachorra, conversou com o ENFOCO e explicou como foi ver a cena da cachorra na mala.
“Uma das moradoras da rua estava indo no mercado, foi quando ela viu a mala mexer e deu uma olhada no que tinha dentro. Foi quando a cachorrinha colocou a cabeça para fora e um rapaz passou na hora. A vizinha, então, pediu uma faca para ele para tirar o barbante que estava na boca da animalzinha. Eu cheguei logo depois e vi. Colocamos água e depois chegou a Geovana, que nos ajudou a arrumar o taxidog. Foi quando levamos a cachorra para a clínica veterinária em Santa Rosa. Foi bem triste, você não esperava ver um animal do jeito que estava. Ela estava amordaçada, cheia de fezes, com um odor muito forte dentro da mala, da cintura ela estava com uma toalha”, disse ela que tem 30 anos.
Sobre a adoção, Danielle afirma: “só vamos liberar ela para adoção quando vermos que ela está bem e com uma pessoa que esteja apta para arcar com todos os custos. A gente está analisando tudo porque a cachorrinha já foi vítima de maus-tratos”.
A cachorrinha também possui um Instagram @labradoradamala e lá as pessoas que cuidam dela compartilham o dia a dia do animalzinho. Ela está em uma clínica em Santa Rosa, onde realizou um ultrassom e fez exames de sangue.
"Esses exames não mostraram alterações graves. Agora, vamos fazer um exame de raio-x para ver se ela tem alguma lesão no quadril, já que Zaira ainda não consegue se levantar desde o dia que a encontramos. Não sabemos se ela não levanta por ter alguma lesão ou pelo trauma ou se ela tem um dano degenerativo ou neurológico", disse o parlamentar.
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