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    Injustiça

    'É muito revoltante', desabafa músico de Niterói preso pela 2ª vez

    Luiz Carlos Justino lamentou o caso em rede social

    Publicado 24/08/2022 às 8:11 | Atualizado em 24/08/2022 às 9:19 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Após ser detido sob acusação de ter um mandado de prisão ainda em aberto, por um crime que não cometeu, o violoncelista Luiz Carlos da Costa Justino foi ao Instagram nesta terça-feira (23) lamentar o caso.

    Em 2020, ele foi preso por conta de um registro fotográfico na 79ª DP (Jurujuba). Mas já foi absolvido pela Justiça. Na última segunda (22), Justino foi novamente conduzido à delegacia para esclarecimentos. O músico, de 26 anos, foi liberado.

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    "Eu tive de novo que comprovar que não tinha nada haver com o que eles estavam falando. Me prometeram, cara, que eu não ia nem precisar falar que eu tinha passagem pela polícia. E ontem [segunda] eu tive que falar".

    Segundo o artista da Orquestra de Cordas da Grota, agentes do Segurança Presente realizavam blitz próximo ao local que ocorria um futebol com músicos e moradores da Grota do Surucucu, na Zona Sul de Niterói, por volta de 21h30.

    "Mandaram a gente colocar a mão no capô do carro e verificaram a documentação de todo mundo. E, nessa, me conduziram até à delegacia", explicou.

    Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Governo do Rio, responsável pelo Segurança Presente, Luiz Carlos foi levado para a delegacia após os PMs falarem que ele estava sem documentos.

    Ainda na rua, conforme o Segurança Presente, foi realizada uma consulta no sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, onde constava um mandado de prisão em aberto. O banco de dados é vinculado ao Conselho Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça.

    Em vídeo publicado na internet, Luiz disse que ao chegar na delegacia, foi proibido de entrar em contato com pessoas próximas. 

    "Eu entrei lá, eu ia ligar, mas no começo não deixaram eu ligar. E aquele mandado que estava pra mim desde 2017, que deu aquela confusão que me prenderam no dia 2 de setembro de 2020, estava em aberto. Aí eu tive, de novo, que comprovar que eu não sou um bandido, que eu não sou um vagabundo. Tá entendendo?", lamentou.

    O músico disse, ainda, que está no processo de recuperação da prisão injusta. Mas que, ainda assim, passou pelo mesmo processo. Ele aponta racismo estrutural.

    "E ninguém consegue me explicar isso! Aconteceu comigo de novo, agora que eu estava me recuperando, mas poderia ter acontecido com qualquer uma pessoa. É muito revoltante [...] Passar por uma coisa que eu sempre estudei para não passar. Agora, passar duas vezes? Eu só acho que todos deveriam ter o direito de ir e vir, de poder sair de casa, de se divertir, mas algumas são proibidas, só por causa da nossa cor", desabafou.

    Relembre

    Músico apontou racismo estrutural durante esclarecimento aos seguidores
    Músico apontou racismo estrutural durante esclarecimento aos seguidores |  Foto: Reprodução

    Luiz Carlos foi preso em setembro de 2020, durante uma abordagem policial, depois de uma apresentação musical na Estação das Barcas, no Centro de Niterói.

    Na ocasião, foi constatado que havia um mandado de prisão contra o músico por um assalto à mão armada, que teria acontecido em 2017, após ter sido reconhecido através de uma fotografia que constava na 79ª DP.

    Acontece que o rapaz, pai de uma menina que atualmente tem cinco anos, nunca havia se envolvido em qualquer tipo de ocorrência. O músico aguardou por nove meses até sua absolvição.

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