Depoimento
'Ela me ajudava', diz delegado acusado no caso Marielle
Rivaldo Barbosa nega envolvimento no crime
Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, negou mais uma vez qualquer envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (15), Barbosa enfatizou sua inocência e afirmou que Marielle costumava ajudá-lo em investigações.
O delegado prestou depoimento como testemunha de defesa do deputado federal Chiquinho Brazão, que enfrenta um processo no Conselho de Ética que pode resultar em sua cassação. Barbosa disse nunca ter tido contato com os irmãos Brazão, também acusados de envolvimento no crime.
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"Desde o dia 31 de maio de 1969, dia do meu nascimento, eu nunca falei com nenhum irmão Brazão, seja em contexto profissional, político, religioso ou de lazer. Eu estou sendo acusado por algo que não fiz", declarou Barbosa.
Barbosa destacou que, como chefe de Polícia Civil, sua única ação no caso Marielle foi indicar o delegado Giniton Lages para conduzir as investigações, que resultaram na prisão de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos executores dos assassinatos.
O ex-chefe da Polícia Civil ressaltou que Marielle Franco o ajudava em investigações de mortes em comunidades do Rio de Janeiro, citando um caso específico no Complexo da Maré, onde Marielle indicou moradores para prestarem depoimento.
"Marielle me ajudava em investigações. Ela era uma pessoa dedicada e colaborava muito comigo. Ela conseguia pessoas da comunidade para serem ouvidas. Eu jamais teria motivos para fazer mal a alguém que só me ajudou", afirmou.
Acusações Contra Rivaldo Barbosa
Barbosa foi preso em 24 de março após investigações da Polícia Federal indicarem seu possível envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorridas em março de 2018. As investigações sugerem que Barbosa tentou obstruir a apuração dos assassinatos e que ele teria planejado o crime a mando da família Brazão.
Segundo a Polícia Federal, Barbosa teria proibido que o atentado ocorresse nas proximidades da Câmara dos Vereadores do Rio para evitar possíveis pressões políticas. Além disso, ele é acusado de ter combinado com Domingos e Chiquinho Brazão para garantir que os mandantes do crime não fossem identificados.
A Polícia Federal também acusa Barbosa de receber aproximadamente R$ 400 mil em propina para obstruir as investigações. Estas informações constam em um relatório de 2019, que foi parte da base para sua prisão e indiciamento.
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