Operação Quimera
Empresário de Niterói é acusado de mais de R$ 100 milhões em golpe
Polícia cumpre 12 mandados de busca e apreensão no Rio e Niterói
A Polícia Civil realiza nesta quinta-feira (3) a Operação Quimera contra Yuri Medeiros Corrêa, de 30 anos, fundador da Autibank Pagamentos, empresa suspeita de estelionato e pirâmide financeira. A ação acontece em diferentes regiões, entre elas, Niterói, onde o banco tem sede, e no Centro do Rio. Os agentes apreenderam um caderno conhecido como "Tática dos amassos".
Os agentes da Delegacia de Defraudações, responsável pela investigação, têm o objetivo de cumprir 12 mandados de busca e apreensão. Segundo a polícia, no caderno há anotações do passo a passo de toda a estratégia para ensinar os golpistas sobre como induzir os clientes a caírem nas fraudes.
A polícia acredita que por ser patrocinador de lives de grandes artistas, como Bell Marques, Leonardo, Barões da Pisadinha e Gusttavo Lima, a empresa levou muita gente a confiar na seriedade e idoneidade do negócio, mas não está cadastrada no Banco Central do Brasil.
Segundo as investigações, 'empresa' se apresentava como instituição financeira para aplicar os golpes
Em agosto deste ano, Yuri Medeiros virou réu por estelionato e formação de organização criminosa no Ceará. Já em novembro, ele recebeu a honraria de Comendador da Soberana Ordem do Mérito do Empreendedor Juscelino Kubitschek na Câmara de Vereadores de Brasília. O banco, que sequer tem registro no Banco Central ou CVM, prometia rentabilidade de 3%, algo que atrai dezenas de pequenos investidores.
Em uma das denúncias contra Yuri, os promotores frisam que o AutiBank "não se trata de um banco e nem de instituição financeira, tanto que não consta autorização do Banco Central para funcionar como tal".
Não é a primeira vez que Yuri tem problemas com a polícia. Em 2011, ao tentar registrar o roubo de um celular, o niteroiense foi preso em flagrante quando o policial ligou para o número e encontrou o aparelho no bolso do rapaz, então com 18 anos. Ele foi solto após quatro dias e o processo acabou extinto.
O Golpe
Se apresentando como banco digital, os estelionatários do banco persuadiam as pessoas a contraírem empréstimos consignados com bancos tradicionais. Recebendo esse dinheiro, o cliente repassa ao Autibank o valor, que se compromete a assumir as prestações, quitando o montante total após seis meses. Além disso, um rendimento de 12% sobre o valor do empréstimo, dividido em seis vezes, é entregue mensalmente ao contratante. Ou seja, não há lucro na operação.
Alvos
Os principais alvos são aposentados, pensionistas, militares e servidores de modo geral, que possuem margem maior no consignado, modalidade na qual o desconto é feito na folha de pagamento. O golpe já foi registrado em mais de dez estados do país.
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