Fernandinho Beira-Mar comanda roubos de cargas de dentro da prisão

Preso há 23 anos, o traficante Luiz Fernando das Costa, o Fernandinho Beira-Mar, comanda o roubo de cargas na Baixada Fluminense de dentro da cadeia.

Policiais da 60ª DP (Campos Elíseos) e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, com apoio da Polícia Militar, realizaram, nesta terça-feira (10/12), uma operação contra a quadrilha.

As diligências têm o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão contra investigados por praticar crimes que causaram prejuízo estimado de cerca de R$ 4 milhões. Duas pessoas foram presas em flagrante pelos crimes de receptação, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

A ação faz parte da segunda fase da “Operação Torniquete”, que tem como objetivo reprimir roubos, furtos e receptação de cargas e de veículos, delitos que financiam as atividades das facções criminosas, suas disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares de faccionados, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro, já são mais de 240 presos, além de veículos e cargas recuperados.

As investigações comprovaram que integrantes de uma organização criminosa, aliados a roubadores de carga com informação privilegiada, foram responsáveis por cometer dezenas de roubos de carga em vias expressas. O grupo — oriundo das comunidades Cangulo, Rua Sete, Jardim Ana Clara e Parque das Missões — atua na Avenida Brasil, na Rodovia Washington Luis e na Rio-Magé.

A partir da investigação, foi possível delimitar toda a estrutura hierárquica do bando, que utiliza armamento e aparelho bloqueador de sinais fornecidos pela facção. Em troca, 50% da renda auferida com os roubos eram repassadas à organização criminosa. As lideranças do tráfico, segundo apurado, atuam no revezamento de apoio logístico, liberando o uso de espaço dentro das comunidades que exploram para o transbordo das cargas.

Dentre os alvos estava Fernandinho Beira-Mar. Um mandado de busca e apreensão está sendo cumprido no Presídio Federal de Catanduvas. A diligência contou com o apoio da Divisão de Inteligência (Dint) da penitenciária.

Houve também cumprimento de mandados de busca e apreensão em cinco unidades do Complexo de Gericinó, realizados pela Subsecretaria de Inteligência e pela Subsecretaria Operacional da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Foram feitas vistorias nas celas dos investigados, que tiveram como resultado a apreensão de seis aparelhos celulares.