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    Filho de Flordelis deixa a cadeia em São Gonçalo

    André Luiz de Oliveira foi absolvido pela Justiça neste domingo

    Publicado 14/11/2022 às 9:49 | Atualizado em 14/11/2022 às 10:08 | Autor: Enfoco
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    Além de André, a filha adotiva Marzy Teixeira da Silva, assim como a neta Rayane dos Santos Oliveira também foram absolvidas
    Além de André, a filha adotiva Marzy Teixeira da Silva, assim como a neta Rayane dos Santos Oliveira também foram absolvidas |  Foto: Brunno Dantas/TJRJ

    André Luiz de Oliveira foi solto neste domingo (13) da Cadeia Pública Juíza Patricia Lourival Acioli, em São Gonçalo, horas após ser absolvido pela Justiça. Ele é um dos filhos afetivos da ex-deputada Flordelis, condenada a 50 anos e 28 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo assassinato do ex-marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime ocorreu em junho de 2019, na casa da família, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

    Além de André, a filha adotiva Marzy Teixeira da Silva, assim como a neta Rayane dos Santos Oliveira também foram absolvidas. Rayane é filha adotiva de André e Simone, que não têm laços sanguíneos apesar de serem ambos filhos de Flordelis - Simone é filha biológica, e André, filho afetivo.

    Procurada pelo ENFOCO, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) ainda não informou a previsão de solturas de Marzy e Rayane.

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    O Tribunal do Júri de Niterói considerou a ex-deputada Flordelis culpada pelo homicídio triplamente qualificado, que recebeu os agravantes de motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Anderson foi morto a tiros ao chegar em casa de carro, na noite do dia 16 de junho.

    O crime teria sido motivado porque a vítima mantinha rigoroso controle das finanças familiares e administrava os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado às pessoas mais próximas da ex-deputada em detrimento de outros membros da família, que somava mais de 50 filhos, entre biológicos, adotivos e afetivos.

    O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro apontou Flordelis como a responsável por planejar o homicídio do então marido, convencendo o executor direto e os demais acusados a participarem do crime, pensado para parecer um latrocínio. 

    As investigações indicaram que a ex-deputada financiou a compra da arma usada e avisou sobre a chegada da vítima no local em que foi executado a tiros.

    Além do homicídio consumado, Flordelis foi condenada pelas tentativas anteriores de matar o marido, adicionando veneno em sua comida e bebida ao menos seis vezes. Nesse caso, o crime foi homicídio duplamente qualificado.

    O caso envolve ainda condenações por associação criminosa armada e dois usos de documento ideologicamente falso, uma carta em que um dos filhos aponta um culpado sabidamente falso pelo homicídio.

    Em nota, a defesa da ex-deputada afirma que a condenação ocorreu "apesar de não haver provas" e garantiu que recorrerá da sentença.

    "Entendo que a condenação foi indevida, eis que certamente se deu pela pressão da opinião pública formada desde o delito. Considerando que ocorreram diversas nulidades absolutas no decorrer do julgamento, informo que recorrerei da sentença, buscando que ocorra, futuramente, um julgamento justo", disse a defesa, que acrescentou estar muito satisfeita com a absolvição de outros acusados.

    Cantora gospel e pastora em seu próprio ministério, Flordelis se elegeu deputada federal em 2018 pelo Partido Social Democrático (PSD) com grande apoio dos fiéis, tornando-se a mulher mais votada no estado do Rio de Janeiro naquele pleito.

    Após a conclusão das investigações em torno da morte de Anderson, ela teve seu mandato na Câmara dos Deputados cassado. As investigações também implicaram parte de sua família, e cinco filhos da ex-deputada já foram condenados pelo crime.

    Condenações anteriores

    Em novembro de 2021, o Tribunal do Júri de Niterói já havia condenado Flávio dos Santos Rodrigues, um dos filhos da ex-deputada, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Flávio foi denunciado como autor dos disparos de arma de fogo que provocaram a morte do pastor Anderson.

    Na mesma sessão, Lucas Cezar dos Santos de Souza, outro filho de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi apontado como o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.

    Já em abril deste ano, o Tribunal do Júri de Niterói condenou outros quatro réus: Adriano dos Santos Rodrigues, que também é filho de Flordelis, a quatro anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-PM Marcos Siqueira Costa, a cinco anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado, e sua esposa Andrea Santos Maia, a quatro anos, três meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por crimes de uso de documento ideologicamente falso, duas vezes, e associação criminosa armada;

    Também foi condenado na sessão realizada em abril Carlos Ubiraci Francisco da Silva, mais um filho de Flordelis, pelo crime de associação criminosa armada, a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No dia 28 de abril, porém, a Vara de Execuções Penais do tribunal concedeu liberdade condicional a Ubiraci.

    Com Agência Brasil

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