Muita emoção
Fogos na despedida: jovem morto por PM em SG é enterrado
Amigos de Rhuan Rodrigues lotaram 2 ônibus para comparecer
Consolada e em silêncio. Assim permaneceu Fernanda Rodrigues Garcia, de 43 anos, durante o enterro do corpo do seu filho Rhuan Rodrigues Pereira, de 20, no Cemitério Parque da Paz, no bairro Pacheco, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, na tarde desta quarta-feira (21). Amigos vestiam blusas com o rosto de Rhuan e soltaram fogos e balões brancos no final do sepultamento.
Fernanda Rodrigues foi cercada pelos familiares e não falou com a imprensa. Ela acompanhou o cortejo junto ao caixão e dentro do carrinho do cemitério. Após o enterro, ela precisou da ajuda de familiares para ir embora.
Ainda no velório, Fernanda não saiu de perto do caixão todo o tempo e se mostrou completamente abalada e em choque. A mãe segurava uma camisa do Flamengo, time do coração do Rhuan. Em um certo momento, ela até precisou ser amparada pelos familiares.
Além da mãe, centenas de amigos marcaram presença vestindo blusas brancas estampadas com a foto de Rhuan e a mensagem “Para sempre em nossos corações”. Amigos do jovem lotaram dois ônibus para comparecer e dar o último adeus a Rhuan.
Rhuan foi morto durante uma abordagem policial na madrugada de segunda (19), na BR-101, em São Gonçalo. Sua morte gerou comoção na comunidade e, entre os que o conheciam, trouxeram à tona questionamentos sobre a atuação da polícia e pedidos de justiça.
Amigos indignados
Antes, o velório já havia sido marcado por muita comoção, tristeza e revolta. Jhonatan Souza, amigo de Rhuan, mostrou sua indignação com a morte precoce do jovem.
“Olha quanta gente tem aqui, olha como ele era querido. Vai falar que ele era bandido? Que era vagabundo? Aqui só tem família! Rhuan era um cara trabalhador, batalhador. Ele deixou o seu legado. Um moleque novo, cheio de vida, cheio de alegria. Mais um que virou estatística”, lamentou Jhonatan.
Rhuan morava no bairro Nova Cidade, em São Gonçalo, e trabalhava como sócio em um depósito local, posição que, segundo seus amigos e familiares, conquistou com muito esforço.
Durante o enterro, todos os presentes se reuniram em volta do caixão, rezaram, entoaram uma longa salva de palmas e gritaram o nome do Rhuan. No final, amigos soltaram fogos e diversos balões brancos foram lançados ao céu.
O jovem foi atingido por um tiro na região abdominal enquanto dirigia na BR-101 (Niterói-Manilha), próximo ao Porto do Rosa, após sair da festa de aniversário de sua mãe, Fernanda Garcia, no Colubandê.
De acordo com a denúncia feita por Fernanda, Rhuan foi abordado por policiais do 7º BPM e atingido por um tiro de fuzil, mesmo após ter obedecido à ordem de parada.
Investigação
O comando do 7º BPM (São Gonçalo), na Região Metropolitana do Rio, instaurou um procedimento apuratório para investigar as circunstâncias da morte de Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, baleado durante uma abordagem policial na noite de domingo (18).
A PM informou ainda que "o comando da unidade colaborará com o inquérito da Polícia Civil, e as armas utilizadas na ação foram apreendidas pela delegacia responsável pela investigação". A Corregedoria
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