Covardia
Garçom é morto em tentativa de assalto no Centro do Rio
Caso ocorreu no dia 30. Corpo segue no IML há 7 dias
O jovem Melquesedeque Casemiro de Souza, de 22 anos, conhecido como Melk Linhares, foi morto durante um assalto no Centro do Rio, na madrugada do último dia 30. Crime ocorreu na Avenida Presidente Vargas quando ele voltava do trabalho. Melk teria sido vítima de golpes de faca. A Polícia Civil investiga o caso.
Uma semana após o caso, o corpo do rapaz ainda aguarda liberação no Instituto Médico Legal (IML). É que a família de Melk ainda não tinha ciência da morte e buscava pelo paradeiro dele.
Em menos de 24h, parentes precisaram montar uma vaquinha para levantar fundos para o enterro, marcado para esta quinta-feira (8), às 12h15, no Cemitério de Campo Grande, cidade natal dele.
"Ele era uma pessoa maravilhosa, um filho que Deus não me deu. Todo dia me dava um beijo, me abraçava, era um menino espetacular, uma pessoa muito boa. A gente acha que ele reagiu", disse a ex-sogra Monique Smith de Oliveira, 42 anos, mãe da primeira namorada de Melk.
A vítima era paraquedista reservista do Exército, onde passou dois anos. Atualmente, trabalhava como garçom em uma lanchonete no Tijuca Tênis Clube, no bairro Tijuca, na Zona Norte do Rio.
Ele voltava de lá, quando foi abordado por criminosos que tentaram levar o celular dele, próximo ao ponto final de ônibus, na altura da Central do Brasil, no Centro da capital.
Foi uma mulher que publicou o caso no Twitter, logo após o ocorrido. Ela testemunhou o fato e buscava por informações da família, que só teve ciência da situação nesta terça-feira (6), quase uma semana depois.
"Uma menina tinha postado no Twitter, só que nem eu tenho [a rede social], ninguém viu. Só acharam ontem [terça-feira] essa foto. A menina avisando dia 30 mesmo. Ela viu o assalto inteiro acontecendo", contou a amiga Eduarda da Silva.
Os familiares do garçom estiveram na manhã desta quarta-feira (7) no Instituto Médico Legal (IML) do Centro do Rio para liberação do corpo do jovem. Bastante abalado, Alexandre da Silva, tio do ex-militar, lamentou o ocorrido com o sobrinho.
"Ele era um rapaz tranquilo, sempre trabalhou. A rotina dele era casa e trabalho. Ele trabalhava na Tijuca e vinha para a Central para pegar o ônibus para Campo Grande, onde ele morava sozinho. Ele morreu esfaqueado no ponto onde ele pegava o ônibus para ir pra casa. Nós estranhamos que ele não aparecia em casa, começamos a fazer buscas, mas jamais poderíamos imaginar que ele estaria morto aqui. Ontem recebemos uma ligação nos informando", contou.
Ao ENFOCO, Monique contou que Melk foi o primeiro namorado da filha Jennifer. E que, apesar do término, ele mantinha uma boa relação com a família da ex-namorada, que mora em Cosmos, na Zona Oeste da cidade.
"Ele morou comigo por sete anos, mesmo após o término. Ele tem mãe, irmãos, mas moram longe. Ele vinha aqui sempre, dormia aqui em casa. No dia 29, a última vez que falou comigo foi às 23h30. O sonho dele mesmo era o Exército, eu falava para tentar uma carreira, ele estava terminando o 2º grau, fazendo curso de barbeiro, botamos ele na faculdade online", disse emocionada.
O que diz a polícia
A Polícia Militar, através do comando do 5°BPM (Praça da Harmonia), disse que não houve acionamento para ocorrência desta natureza no local mencionado.
E reforçou que vem promovendo ações na busca da redução dos roubos de rua em sua área de atuação, com a intensificação do policiamento e por meio das abordagens de pessoas em atitude suspeita, assim como diante das apreensões de armas brancas.
Somente no mês de novembro, a unidade diz que realizou 165 capturas, entre prisões e apreensões de adolescentes, 7.461 abordagens e apreendeu 447 armas brancas.
"Informamos ainda que a região central tem um planejamento estratégico que conta com policiamento ordinário e apoio da Operação Segurança Presente, além do emprego de policiais militares do Regime Adicional de Serviço (RAS). Vale ressaltar que os crimes de roubo a transeunte são, em sua maioria, situações de oportunidade instantânea devido ao dinamismo do policiamento", esclareceu a PM em nota.
A Polícia Militar também ressaltou ainda a importância da colaboração da população realizando denúncias - o telefone do Disque-Denúncia é (21) 2253-1177 - ou, para casos urgentes, faça o acionamento através da nossa Central 190 ou do Aplicativo 190, disponível nas plataformas Android e IOS, que é mais um canal para esse breve e imediato acionamento pelo cidadão. Os registros em delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que procedimentos investigativos
Procurada, a Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o andamento das investigações.
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