O que parecia ser o caso de um furto de um trator, na verdade pode ter sido uma ação criminosa muito maior de um possível golpista para ludibriar os verdadeiros donos do equipamento e ainda revender, para uma suposta quarta pessoa, aquilo que não era de sua propriedade. O caso aconteceu no bairro do Sapê, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, e está sendo investigado pela 79ª DP (Jurujuba). A localização do trator, no entanto, que foi furtado no domingo (18), é desconhecido no momento.
Todo o imbróglio começou quando os donos de uma loja de material de construção, Margareth Domingues e José Lima, decidiram vender a máquina. Para isso, ele criaram um anúncio na OLX, que é uma plataforma de vendas e, imediatamente, o golpista entrou em contato para realizar a compra. Durante a conversa, pediu detalhes do endereço de onde estaria o veículo e também que fosse removido o anúncio da plataforma de vendas.
José achou a atitude estranha e suspeita, uma vez que a compra ainda não havia sido concluída, mas resolveu atender ao pedido mediante os detalhes sobre como seria feito o pagamento. Margareth, por sua vez, permaneceu desconfiada.
Percebi que ele (golpista) tinha o perfil estranho. Então pedi ao meu marido que não aceitasse vender para ele , disse Margareth
"Eu pensei: 'isso tá cheirando a golpe, tem tanto golpe por aí'. Aí meu marido colocou o anúncio novamente. Quando o homem entrou em contato, explicamos que não iríamos vender para ele, pois um novo comprador já estava mais adiantado na negociação. Depois disso, a gente não respondeu mais nada ele", detalhou Margareth.
No entanto, no domingo, José estava indo à padaria pela manhã quando percebeu que um caminhão estava levando seu trator pela rua principal e um carro de cor preta fazia a escolta do "furto". O trator ficava estacionado no depósito onde o casal guarda os materiais de construção, na mesma rua da loja e da residência do casal. Desesperados, José e Margareth pediram aos vizinhos imagens das câmeras de segurança e publicaram prints da filmagem em páginas nas redes sociais pedindo ajuda.
"Primeiro conseguimos as imagens das câmeras de segurança, mas não dava para ver a placa do caminhão. Fomos até a delegacia registrar o crime. Quando chegamos em casa, o dono do caminhão entrou em contato conosco e falou que estava apenas fazendo um serviço pelo qual foi contratado. Que um homem tinha pedido para o motorista apenas tirar a máquina do local”, contou Margareth.
“O homem disse exatamente a mesma história que havia falado para nós. Só que dessa vez, ele estava tentando vender o trator. O ‘golpista’ criou um novo anúncio com o nosso trator, provavelmente bem mais barato, e uma pessoa entrou em contato com ele para comprar. Assim, o comprador contratou o motorista do caminhão para retirar o veículo do local. O caminhão estava transportando o trator e o ‘novo dono’ estava atrás escoltando. O trâmite já tinha sido feito, mas não houve o pagamento. Graças a Deus ninguém foi lesado”, explicou Margareth.
O dono do caminhão foi até a loja esclarecer todos os detalhes pessoalmente com José e Margareth e, segundo o casal, o motorista estava muito abalado e com medo de retaliações das pessoas devido à publicação nas redes sociais.
O motorista ainda explicou que iria devolver a máquina, no entanto até a publicação desta reportagem, o trator ainda não havia sido devolvido. O ENFOCO também tentou contato com o motorista do caminhão, que não respondeu a nenhuma mensagem.
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O trator ficava estacionado nesse depósito -
Não há sinais de arrombamento
Margareth e José fazem um alerta sobre os golpes, pois após a publicação nas redes sociais, receberam uma ligação pedindo dinheiro no resgate do trator. No entanto era mais um golpe.
A OLX respondeu sobre o assunto "que não recebeu informações que possibilitem identificar que o caso tenha ocorrido na plataforma e reforça que está à disposição das autoridades para colaborar na apuração dos fatos. Segurança é uma prioridade para a OLX e a plataforma investe constantemente em tecnologia e serviços de orientação ao usuário, com recomendações para manter as conversas pelo chat da plataforma e não passar dados pessoais nas negociações".
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