Parlamentares de Niterói prometem uma reunião de urgência com o governador Claudio Castro, nesta quinta-feira (2), para entender o motivo da não renovação do Programa Niterói Presente, resultado de convênio com a Prefeitura e o Governo do Estado. A assinatura da prorrogação deveria ocorrer nesta terça-feira (31), mas ficou apenas na promessa. Com isso, os niteroienses estão em risco de perder 20% do efetivo nas ruas, a partir dos próximos dias.
O Programa de Integração de Segurança (Proeis), que responde por cerca de 80% dos agentes que fazem o policiamento extra na cidade, continua ativo. A Secretaria de Estado de Governo disse, inicialmente, ao Enfoco 'que está estudando uma solução'. E garantiu que a cidade de Niterói 'não vai perder policiamento'. A reportagem ainda aguarda maiores detalhes.
Em debate na Câmara, na tarde desta quarta (1º), vereadores levantaram a bandeira de 'perseguição política', já que o nome do pré-candidato ao Governo do Estado e ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), estaria crescendo nas pesquisas eleitorais.
"Eu acredito que a política tem seus problemas, mas todos temos que ser republicanos. A cidade não pode em nenhum momento, por uma questão política [sofrer]. Niterói, hoje, é uma cidade com mais conexões. Quero concordar com os colegas que estaremos juntos para equacionar esse problema imediatamente", disse o presidente da Casa, Milton Cal (PP).
A Secretaria Municipal de Ordem Pública de Niterói (Seop) esclarece que solicitou com antecedência a renovação do convênio do Programa Niterói Presente com o Governo do Rio. Em reunião realizada no Palácio Guanabara, em junho passado, foram acertados os detalhes da renovação.
O texto final ficou a cargo da Secretaria de Estado de Governo que, até agora, não retornou com a versão final.
"Por isso, apesar dos esforços do município em assinar a prorrogação, o convênio expirou nesta terça-feira, 31 de agosto", diz em nota a Seop.
O vice-presidente da Comissão de Segurança Pública, Renato Cariello (PDT), que também é capitão da Polícia Militar, disse que a cidade de Niterói sempre reconheceu o trabalho dos policiais, com políticas de valorização.
"Começa a ver o nosso Rodrigo Neves surgir como candidatíssimo ao governo e começam as retaliações. Ele sempre valorizou e dignificou toda a classe policial. No momento mais difícil dos profissionais de segurança, colocou um sistema de bonificação para os nossos policiais que estavam sem 13º salário. Esse governador medíocre, insano, irresponsável não autoriza uma celebração de um convênio tão esperado pela categoria policial", criticou.
O Niterói Presente e o Programa de Integração de Segurança (Proeis) são resultado de convênios da Prefeitura de Niterói com o Governo do Estado, em que o município paga uma gratificação para policiais militares que aceitam trabalhar nas ruas de Niterói nos dias de folga.
No caso do Niterói Presente, há um efetivo fixo de policiais, alguns já reformados, e agentes civis.
"A gente precisa pressionar, porque para mim não interessa nesse momento se é política ou não, se foi um problema burocrático, administrativo ou se é uma decisão. A gente que pensa no cidadão de Niterói tem que fazer algo a mais do que debater no plenário", acrescentou o vereador Daniel Marques (DEM).
A Seop disse que mantém o diálogo com o Governo do Estado no sentido de celebrar um novo convênio para reforçar, com os recursos próprios do município, o policiamento ostensivo em Niterói.
A medida vem sendo tomada nos últimos anos e tem garantido na cidade os menores índices de criminalidade da Região Metropolitana, conforme pesquisas.
"Já está claro que existe, sim, uma estratégia política orquestrada para prejudicar a nossa virtude que é a segurança pública de Niterói. Estamos voltando com a circulação de crianças nas escolas, os trabalhos voltando a ser físicos, ruas com mais transeuntes, fim do ano chegando e a gente é surpreendido com uma iniciativa dessa", questionou o vereador Fabiano Gonçalves (Cidadania).
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