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    Acusação

    Grupo denuncia calote em curso oferecido por estaleiro em Niterói

    O caso foi registrado esta semana na 76ª DP (Centro)

    Publicado 14/06/2023 às 21:00 | Atualizado em 15/06/2023 às 10:29 | Autor: Agnes Aguiar
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    Grupo registrou o caso na 76ª DP, no Centro de Niterói
    Grupo registrou o caso na 76ª DP, no Centro de Niterói |  Foto: Arquivo/Enfoco

    Um grupo de 20 pessoas de várias cidades brasileiras, incluindo Niterói e municípios vizinhos, registrou uma ocorrência na 76ª DP (Centro de Niterói), na última segunda-feira (12), contra o estaleiro MB Martins, que fica na Ilha da Conceição, por crime de estelionato. Segundo as vítimas, elas pagaram altos valores por cursos, cujas aulas nunca não aconteceram. 

    De acordo com os relatos, os cursos são oferecidos de forma “particular” ou por “indicação de terceiros” mas, de uma forma ou de outra, os interessados precisavam pagar um total de R$ 12 a 15 mil para os cursos de “Moço de convés” ou “Moço de máquinas” que nunca foram ministrados. Ainda de acordo com as vítimas, um dos acusados do crime de estelionato seria um homem acusado também de assédio sexual, cujo caso foi noticiado pelo ENFOCO, em março deste ano. 

    Leia+: Mulher acusa executivo de estaleiro de Niterói de assédio sexual

    Os lesados tem 20 pessoas listadas em grupo de WhatsApp mas eles acreditam que mais de 100 pessoas efetuaram os pagamentos desde 2018 e aguardam até hoje, sem sucesso, para serem convocadas para fazer os pseudo cursos. 

    O estopim do caso começou após um dos alunos pedir o dinheiro de volta, e a empresa alegar que estava falida e, por isso, não tinha como pagar ninguém. Com isso, foi descoberto que o professor responsável pelo curso não ministra mais as aulas desde 2019. Foi aí que o grupo teve certeza que tinha caído no golpe na falsa promessa de um curso que a empresa não tem nem permissão de ministrar. 

    As vítimas contaram também que a MB Martins teria pedido para que os inscritos de outros estados, como Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Bahia, largassem seus empregos, vendessem seus carros, já que o curso iria começar imediatamente, o que nunca aconteceu. 

    "Nosso objetivo de tornar público o caso é para o MP apurar, aplicar a lei nos culpados e evitar que outras pessoas sejam enganadas. Queremos também nosso dinheiro de volta. Fomos informados que o acusado em questão tem envolvimento com a Marinha e muitos bens", disse uma das pessoas que caiu no golpe informando ainda uma turma chegou a ser formada para o falso curso na tentativa de legitimar a fraude. 

    As vítimas têm comprovantes de pagamentos e prints de conversas com os responsáveis dos cursos falsos.  Procurada, o MB Martins não se pronunciou até a publicação desta reportagem. A Polícia Civil também não enviou uma resposta sobre o andamento da investigação. 

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