Polícia

Idosa morta após assalto a ônibus em SG temia violência

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|  Foto: Foto: Karina Cruz
Familiares foram ao IML de Tribobó, em São Gonçalo, para liberação do corpo da idosa. Foto: Karina Cruz

A psicóloga e professora Elvira Ferreira Matos, de 75 anos, que foi morta durante assalto a um ônibus na manhã desta sexta-feira (3), era protetora e amava os animais. Segundo familiares, que estiveram na manhã deste sábado (4) na sede da especializada para saber detalhes sobre a investigação e também no IML de Tribobó, em São Gonçalo, a vítima temia a violência.

De acordo com Marta Matos, cunhada de Elvira, a idosa não tinha filhos e vivia em Itaipuaçu, na companhia de 14 cachorros. 

"Ela não tinha filhos e era muito apaixonada por bichos desde sempre. Ela dizia que os animais eram tudo para ela. Teve época de ter 30 animais, mas ela contava com uma rede de apoio", lembrou. A cunhada da vítima disse ainda que Elvira tinha muito medo da violência. 

"Ela foi morar em Itaipuaçu por conta da violência. Ultimamente, ela falava até em sair do país, mas infelizmente não deu tempo", lamentou.

Reconhecimento

Muito abalados, os familiares contaram que souberam pela televisão sobre o falecimento da idosa.

"Um parente nosso que mora em São João de Meriti nos ligou e contou. O nome era o mesmo, mas ainda sim tínhamos uma ponta de esperança. Fomos para o hospital e ao chegar lá, soubemos que o corpo dela já estava no Instituto Médico Legal (IML), é uma dor muito grande", desabafou. 

Maíra Matos, sobrinha de Elvira, disse que depois de ser avisada por familiares ainda tentou ligar para o celular da tia. 

"Uma pessoa atendeu o telefone e disse que ela estava na aula de spinning. E aí eu até pensei que não fosse ela. Minha tia estava indo para a ginástica na Lapa, algo que ela adorava.  Além disso, também fazia outra atividade em um clube na Tijuca", contou.

Os parentes dizem ainda que mesmo depois de terem visto a foto da Elvira na televisão ainda surgiram dúvidas. 

"Eu achei que tivessem confundido, porque todos os veículos diziam que a minha tia tinha 61 anos, e ela tem mais. Foi um choque para todos nós. Nunca imaginaríamos que ela fosse morrer cedo e desta maneira. A minha avó faleceu há dois anos, e tinha 105. A gente achava que ela fosse viver muito", desabafou Maíra que informou que vai adotar os animais da tia. 

"Nós ainda não fomos na casa dela, mas um veterinário parceiro já foi lá, colocou comida e fez a limpeza.  Eles não vão ficar abandonados, porque eram a grande paixão dela", finalizou. 

Investigação

Mário Lambert, delegado da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e responsável pelo caso, disse que os três presos já estão indiciados pelo crime de roubo à mão armada com resultado morte, o chamado latrocínio.  "O próximo passo agora é trabalhar para tentar identificar o último autor. Também já sabemos que entre os presos estão um tio, que planejou o assalto e o sobrinho, que teria ficado dentro de um veículo no momento do crime. Todos os envolvidos no roubo tinham passagens pela polícia", garantiu.

Sepultamento

Um irmão da idosa virá de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, para liberar o corpo da vítima que até o início da tarde deste sábado (4), ainda estava no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo. De acordo com os familiares, o sepultamento vai acontecer neste domingo (5) ás 15h30 no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. O velório começa ás 12h.

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