Investigação

Jovem morta em Maricá teria brigado com ex antes de desaparecer

Parentes afirmaram que Maria Eduarda havia terminado namoro

Maria Eduarda havia sumido há uma semana quando saiu de casa apenas com o celular e o carregador
Maria Eduarda havia sumido há uma semana quando saiu de casa apenas com o celular e o carregador |  Foto: Rede social
  

Familiares e amigos da jovem Maria Eduarda de Oliveira Ramos, de 16 anos, encontrada morta em uma área de mata em Itaipuaçu, depois de desaparecer por quase uma semana em Maricá, acreditam que um ex-namorado dela possa estar envolvido com seu assassinato.

Segundo parentes, a jovem se envolveu com um homem que morava próximo de sua casa, no bairro Spar, em Maricá, e que depois de um tempo, ao descobrir que ele tinha uma esposa grávida, Maria Eduarda resolveu terminar a relação. O homem, ao contrário, não aceitou bem o término e queria reatar com a adolescente. 

“Todo mundo em Inoã acredita que foi ele. No dia em que ela saiu de casa, foi por volta de meia-noite, depois que acreditamos que ele mandou mensagem e foi quando ela saiu. Ela era uma garota muito boa, não bebia, não fumava, não se drogava. Ela foi encontrada com uma roupa que acreditamos não ser dela, porque ela não usaria nada assim. Estava com a pulseira dela e o cabelo também era dela, por isso foi possível reconhecer”, contou uma pessoa do ciclo de Maria Eduarda. 

Depois que Maria terminou com o rapaz, ele não aceitou bem o fim do relacionamento. “Pra mim, isso não era paixão. Era posse”, contou a pessoa que preferiu não se identificar e ainda ressaltou que a jovem saiu de casa só com a roupa do corpo, um celular e um carregador. 

Os dois, Maria e o suspeito, chegaram a ter discussões depois que terminaram por ele não aceitar o bem o fim da relação. 

O caso 

Menina foi encontrada em uma área de mata na Estrada dos Cajueiros, em Itaipuaçu
Menina foi encontrada em uma área de mata na Estrada dos Cajueiros, em Itaipuaçu |  Foto: Karina Cruz
  

O corpo da jovem Maria Eduarda de Oliveira Ramos, de 16 anos, desaparecida há uma semana em Maricá, foi localizado na Estrada dos Cajueiros, em Itaipuaçu, no fim da manhã desta segunda (30). 

A adolescente foi encontrada por funcionários da Prefeitura de Maricá que trabalhavam próximo a um terreno e sentiram um cheiro estranho. Policiais militares foram chamados, e a perícia da Polícia Civil acionada.

O corpo já estava em estado de decomposição, portanto a família só conseguiu identificar o cadáver pelas unhas e pelas roupas que Maria Eduarda usava quando saiu de casa.  Ainda de acordo com parentes da vítima, a jovem foi brutalmente assassinada, pois as duas pernas estavam quebradas.

Em nota, a Polícia Civil informou que, de acordo com a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), o corpo encontrado passou por exame necropapiloscópico, que confirmou que a vítima é Maria Eduarda de Oliveira Ramos. Diligências estão em andamento para esclarecer as causas da morte e apurar a autoria do crime. 

Ato 

Por causa desse e de outros casos, como o da Ysabelli Cristinna de Oliveira e de Rafaele dos Santos Tavares, que também foram encontradas mortas em Maricá no ano passado, os atos estão sendo organizados pelo município, pedindo justiça e paz para as jovens. Nesta terça-feira (31), uma reunião online deve organizar a manifestação. 

“A reunião de hoje [terça] tem como objetivo reunir mulheres de Maricá. Estamos indignadas com a quantidade de sequestro seguidos de assassinatos das nossas meninas. São garotas novas, estudantes, aonde vamos chegar com tudo isso? Não estamos tranquilos para deixarmos nossos filhos saírem às ruas, achando que podemos ser as próximas vítimas”, disse Valesca de Souza, coordenadora de Politicas Raciais da Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher da Prefeitura de Maricá. 

O objetivo do ato será pedir explicações às autoridades sobre o que vem sendo feito sobre o caso de Maria Eduarda e de outras meninas.

“Teremos uma comissão de observação desses casos traçando projetos para que possamos trabalhar juntos. Queremos que a segurança pública faça o seu trabalho com dignidade e nos dê a resposta que nós precisamos e, principalmente, nos dê a paz para que nossos filhos possam viver em paz. Maricá, após esse boom residencial, está se tornando uma terra sem lei”, disse ela.

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