Decisão
Justiça manda soltar médico suspeito de sequestrar paciente no Rio
Bolívar Guerrero é acusado de cirurgia plástica malsucedida
A Justiça mandou soltar o médico equatoriano Bolívar Guerrero. Ele havia sido preso pela denúncia de manter uma paciente em cárcere privado dentro de um hospital particular da Baixada Fluminense, após uma cirurgia plástica malsucedida. O acusado responde por homicídio tentado qualificado e por motivo torpe e estava preso desde 18 de julho de 2022.
A decisão foi da juíza Anna Christina da Silveira Fernandes, que atendeu ao pedido da defesa do acusado, feito na primeira audiência de instrução e julgamento do caso. Ele pode deixar a cadeia ainda nesta quarta-feira (15).
Além dele, a técnica de enfermagem Kellen Cristina de Queiroz dos Santos também responde pelo crime. Segundo o Ministério Público, eles foram responsáveis pelas cirurgias de abdominoplastia e uma mamoplastia malsucedidas em Daiana Chaves, de 37 anos.
A dona de casa precisou ficar quase quatro meses internada, com passagens pelo CTI. O corpo da mulher ficou todo marcado com cicatrizes da operação.
Durante a audiência, a defesa solicitou a revogação da prisão ou substituição por outras medidas cautelares.
Já a defesa de Kellen pediu para que ela voltasse a exercer a profissão. A Justiça havia imposto que ela se afastasse de qualquer unidade hospital durante as investigações do caso, pois ela foi apontada como falsa médica.
De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ), na época do caso ela não podia exercer as atividades na profissão, pois estava com o registro vencido. Kellen fez o pedido alegando que já regularizou sua situação profissional.
Relembre o caso
Daiana Chaves Cavalcanti, de 35 anos, ganhou conhecimento público após expor que vinha sendo mantida em cárcere privado, na Clínica Santa Branca, sobre propriedade do médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva.
Em maio ela passou por uma intervenção cirúrgica com fins estéticos, teve complicações e, ao retornar para o hospital, foi convencida a realizar uma abdominoplastia para corrigir os problemas que ocorreram devido a primeira cirurgia. Além disso, ela também passou por uma gigantoplastia, visando reduzir e reposicionar as mamas.
O quadro da dona de casa foi só piorando e ela pediu transferência na Justiça, porém foi negado pela clínica e por Bolívar.
O médico equatoriano foi preso em julho, dentro de seu centro cirúrgico da Clínica Santa Branca, por não cumprir a ordem judicial da transferência de Daiana. Os bens presentes na clínica foram todos bloqueados pela Justiça.
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