Coletiva
Larvas determinaram o horário da morte de Juliana Marins
Laudo oficial foi apresentado nesta sexta-feira (11)

O médico legista da Polícia Civil, Reginaldo Franklin Pereira, afirmou em entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira (11), no auditório da Defensoria Pública da União (DPU), no Centro do Rio, que Juliana Marins, de 26 anos, que larvas encontradas no corpo determinaram quando ela morreu. Segundo Reginaldo, a publicitária morreu entre 32 e 48 horas horas após a primeira queda.
"O corpo de Juliana chegou ao IML Afrânio Peixoto por volta das 20h30 do dia 1° de julho. Devido à primeira necropsia realizado na Indonésia, pelo embalsamento e o formol utilizado, ela não tinha mais sangue no corpo. Ela já apresentava algumas larvas no couro cabeludo e no tórax. Após alguns estudos e pesquisas sobre o tipo de larva e quanto tempo ela se desenvolve, conseguimos estimar que ela morreu entre a metade do dia 22 e metade do dia 23, ou seja, a partir de 32 horas após a primeira queda", explicou o legista.
Ainda de acordo com Reginaldo, a causa da morte foi politraumatismo. Juliana apresentava lesões severas em diversas partes do corpo.

"Assim que o corpo de Juliana chegou ao IML, levamos para uma sala de radiologia. Lá, constatamos que havia fraturas nas costelas, que levou a perfuração dos pulmões, na cabeça, na pelve, além de arranhões nas costas por ter escorregado. Era uma descida muito íngreme, cerca de 45°. Então, foi um impacto de energia cinética muito forte", disse.
Cronologia
Juliana caiu do monte por volta de 4h da manhã do dia 21 de junho do horário da Indonésia, por volta de 17h do dia 20 no Brasil. Na primeira queda, ela escorregou por cerca de 61 metros, depois mais um pouco, somando 220.
Às 6h06, o guia comunicou sobre a queda. Dois minutos depois, foi gravado o vídeo em que Juliana aparece ainda viva, e que foi divulgado na mídia. Já às 6h23 do dia 21 de junho, o Parque liga para o resgate.
No entanto, segundo Mariana Marins, irmã da vítima, a base do resgate era longe, cerca de duas horas do cume do monte. Apesar das autoridades serem acionadas às 6h23, mais somente 8h o resgate saiu em direção ao Parque.
Essa demora incomodou Mariana, que voltou a citar pela negligência no resgate.
"A equipe da Defesa Civil de Basarnas só foi acionado cerca de quatro horas após a queda da minha irmã, e só chegaram no cume do Monte às 10h, com cerca de cinco pessoas. Tudo poderia ter sido diferente. Só às 14h32 eles conseguiram chegar perto de Juliana. Mas eles só estavam com uma corda de 150 metros, e minha irmã estava a 220 metros. Tenho certeza que se o resgate tivesse sido mais rápido ou melhor estruturado, a morte da minha irmã poderia ter sido evitada e ela poderia estar aqui comigo agora", revelou Mariana.
Após isso, o resgate teve que ser suspenso e só foi realizado novamente no dia seguinte, devido às condições climáticas. Apesar das tentativas, Juliana não resistiu e morreu por volta das 12h (horário local) do dia 22 de junho. No entanto, o copro da jovem só foi içado mo dia 24.
Irritação com vazamento do laudo

Apesar do laudo oficial ser revelado somente nesta sexta-feira, na quarta (9), detalhes do exame foram divulgados, gerando indignação em Mariana e em toda a família.
"Gostaria de demonstrar minha indignação e lamentar o vazamento do laudo pra mídia e pra imprensa. Era um processo sob sigilo de Justiça. Foi um momento ruim receber um laudo sem ser de um oficial, e sim pela mídia. Espero que os próximos processos sigilosos não sejam assim", relatou.
Morte sofrida
Já o perito Nelson Massini afirmou que Juliana teve uma morte dolorosa e sofrida em decorrência das lesões.
"Infelizmente, ela teve uma morte dolorosa e sofrida, principalmente pelas lesões causadas, como lesões renais, hepáticas, fraturas nas costelas. Segundo relatos de turistas, ela gritava por socorro e dor", contou Nelson.
Ainda segundo o perito, a terceira e última queda de Juliana Marins foi fatal. "Na primeira queda, ela ainda não tinha as lesões na cabeça. Já nas últimas imagens e nos exames que realizamos, ela apresentava uma fratura grave no crânio, na parte da frente, da testa, causando uma hemorragia. Além disso, uma lesão grave na pelve, onde o osso quebrou e se descolou, levando ainda mais sofrimento a ela. Após essa queda e essas lesões, eu afirmo que ela morreu no máximo 15 minutos depois", revelou.
O corpo de Juliana foi içado e trazdidp de volta para o Brasil. O enterro ocorreu no Cemitério Parque da Colina, em Niterói, na última sexta-feira (4). A cerimônia foi marcada por comoção e homenagens.


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