Reviravolta
Mãe e padrasto presos por morte de menino em Itaboraí
Acusados disseram que a criança havia se suicidado
Kauã Almeida Tavares, de 10 anos, pode ter sido morto por sua mãe, Suelen da Conceição Almeida, e seu padrasto, Alan Ferreira da Silva, no dia 17 de março deste ano. O assassinato aconteceu em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio.
Inicialmente, os dois relataram que o menino havia cometido suicídio, mas o depoimento foi considerado contraditório pela Polícia Civil. Após a investigação, os dois foram indiciados com a acusação de homicídio duplamente qualificado.
O ENFOCO conversou com Fábio Asty, delegado responsável pelo caso, registrado na 74ª DP (Alcântara) Ele explicou que o testemunho de Suelen e Alan levantou suspeitas por parte dos investigadores e também da família. O depoimento dos dois dava conta de que o menino havia se enforcado.
A versão inicial foi muito desconfiada, não só pelos investigadores, mas também pelos próprios familiares. Fizemos uma reprodução simulada na semana retrasada. Nessa diligência, tivemos certeza que não houve enforcamento. O perito legista também deixou claro que havia marcas de dedos no pescoço, que é compatível com uma esganadura.
Na reprodução simulada, houve contradição entre os dois acusados. Além disso, eles disseram que o menino foi encontrado de joelhos, fazendo com que a polícia duvidasse ainda mais da palavra da mãe e do padrasto.
''A posição que a criança estava, segundo eles, não era razoável para uma situação de enforcamento. Se ele estivesse com os joelhos no chão, não haveria possibilidade de haver tração no pescoço para causar a fratura característica de enforcamentos'', garantiu.
Fábio também conta que eles alegaram que o enforcamento foi feito com um material que até hoje não foi encontrado, sendo essa mais uma evidência de que os dois teriam mentido em seus relatos.
Segundo eles, o enforcamento aconteceu com uma guia de cachorro, que até agora não foi localizada. A partir do momento que as evidências criminais foram surgindo, eles passaram à condição de suspeitos e agora, com o encerramento do inquérito, eles serão indiciados
A Polícia Civil já indiciou os dois ao Ministério Público por homicídio duplamente qualificado. Eles já se encontram no sistema prisional.
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