Aflição

Menina de 3 anos baleada em ação da PRF está em estado gravíssimo

Corporação já identificou agente que atirou na criança

Heloísa foi atingida por três tiros
Heloísa foi atingida por três tiros |  Foto: Reprodução

O estado de saúde da pequena Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, é considerado gravíssimo. Ela foi atingida por tiros na coluna e na cabeça durante uma abordagem realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na noite da última quinta-feira (7), no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense. 

De acordo com a equipe médica do Hospital Adão Pereira Nunes, Heloísa permanece entubada e internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da unidade localizada em Duque de Caxias.

Nesta segunda (11), a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal informou ao site “G1” que já identificou o policial que, sem estar uniformizado, entrou no CTI onde Heloísa está recebendo tratamento, exibindo um distintivo da corporação. O “RJTV 2ª edição”, da TV Globo, teve acesso às imagens das câmeras da unidade, que mostram o policial com o distintivo da PRF entrando em uma área restrita. 

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Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação criminal para esclarecer os eventos que levaram ao ferimento da menina, e solicitou a identificação do autor ou autores dos disparos. O órgão também requereu o afastamento de todos os envolvidos por um período de 30 dias, bem como a apreensão das armas dos policiais. O MPF também solicitou acesso ao procedimento investigatório interno iniciado pela Corregedoria da PRF.

“Instauramos a investigação criminal. Na própria sexta-feira determinei que o pessoal fosse ao hospital para que fizéssemos levantamentos e vissem o estado de saúde. Eles acabaram presenciando parte disso. Um PRF à paisana, com distintivo, mas sem a farda, entrou no CTI. Os agentes do MPF entraram, mas se identificando, passando pelo procedimento de segurança. O PRF disse apenas “assunto policial” e foi entrando. Por quê? O que ele estava fazendo? E por que não se identificou? Quem manda no CTI são os médicos”, explicou o procurador da República, Eduardo Benones, para o jornal “O Globo”.

Além disso, o objetivo é tentar entender o que ocorreu que o agente da PRF estava presente no local. “A partir de amanhã, temos o primeiro nome (do policial). Nos reuniremos a partir de amanhã. Eles nos anteciparam que sabem quem é esse policial. Mas, agora, quero entender o que ele foi fazer. Temos a informação de que outros dois agentes entraram do mesmo modo. Não entendo o que está acontecendo”.

O procurador também classificou a situação. “Eu não acho um incidente isolado. É estranho, no mínimo. No hospital, havia duas policiais rodoviárias federais ligadas ao setor de direitos humanos da corporação. Esse policial não fazia parte dessa equipe. Além disso, segundo a minha equipe, as duas policiais não estavam no CTI”, afirmou ele.

O chefe de segurança do Hospital Adão Pereira Nunes relatou o incidente a representantes do Ministério Público Federal (MPF), no último sábado (9) que estiveram no local para dar início às investigações sobre o incidente. A instituição declarou que já iniciou um processo para investigar a situação e não descarta a aplicação de outras medidas decorrentes da própria investigação.

"A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal foi ao hospital no mesmo dia e identificou o policial que esteve na unidade sem autorização. Por padrão, a PRF não divulga informações pessoais dos seus servidores. Como a presença se deu sem autorização e sem o conhecimento da PRF, foi aberto um procedimento na Corregedoria para apurar as razões", informou a PRF em nota.

A família de Heloísa estava dentro do veículo junto com os pais, a tia e uma irmã quando foram alvejados por disparos. Os familiares alegam que os tiros partiram de agentes da PRF. A família é natural de Petrópolis e estava retornando de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, após passar o feriado de 7 de Setembro na cidade.

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