Motorista diz que foi sequestrado após morte de jogador de futsal

Leonardo Ribeiro do Couto, de 25 anos, foi ouvido pela Polícia Civil sobre o acidente que se envolveu, causando a morte do jogador de futsal Lucas Oliveira Azevedo, de 21 anos, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio. Era ele quem dirigia o carro que estava o jovem e os amigos. 

Em seu depoimento na 25ª DP (Engenho Novo), prestado na última quarta-feira (12), ele informou que não havia ingerido bebida alcóolica e que o acidente ocorreu após se assustar com uma moto.

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Leonardo narra, também, que ficou sequestrado em uma comunidade após o acidente e, por isso, não prestou socorro às vítimas. Ele é acusado de homicídio culposo na direção de veículo automotor. 

Na delegacia, Leonardo afirmou que saiu do carro em direção à UPA de Manguinhos e que no trajeto foi capturado por ao menos cinco bandidos armados, que teriam o agredido com coronhadas e jogado caixotes de feira nele.

Boate

Ainda de acordo com o relato de Leonardo, ele foi chamado para uma festa em uma boate em São Cristóvão por amigos. Leonardo diz que chegou lá por volta de 1h20 da madrugada e encontrou os quatro rapazes, que estavam bebendo uísque em um camarote.

Leonardo chegou a pedir que os amigos diminuíssem a quantidade de bebida, conforme conta em depoimento. O motorista também disse que só bebeu energético e água.

Ele não ia levar os amigos embora após a festa, mas viu que todos estavam próximos ao carro dele e diz que ficou sem graça de se indispor e aceitou dar carona. Todos seguiam para Piedade, onde o jogador de futsal Lucas Oliveira morava com a mãe, quando estava no Brasil. 

Ida para casa

Próximo ao viaduto de Benfica, Leonardo disse que uma motocicleta azul apareceu próxima a ele de forma brusca, quando se assustou, freando. Ele disse que estava a 70 km/h.

Logo depois, ele diz que sentiu um impacto na lateral direita, onde Lucas Oliveira estava no banco de trás e que, após o impacto, ficou desacordado.

Ao recobrar a consciência, Leonardo afirma que viu sair uma fumaça do carro e saiu do veículo, vendo um corpo caído no chão e não reconheceu que era o jogador de futsal.

Sequestro

Leonardo disse aos policiais que correu em direção a UPA de Manguinhos e foi capturado por traficantes armados. Em seguida, os homens o agrediram e o mantiveram em um local o confundindo com um traficante rival. 

O motorista contou ainda que os traficantes o levaram até a favela do Jacaré, onde permaneceu sequestrado até os criminosos confirmarem que ele havia acabado de se envolver em um acidente. Ele alega também que o telefone dele ficou no seu carro e, por isso, ele não conseguiu contato com ninguém.

Em um depoimento, o amigo Pedro Augusto da Trindade Fernandes, de 21 anos, informou que não viu Leonardo fugir do local, mas que soube que ele não estava depois de ouvir de testemunhas, já que ele não lembra de muita coisa.

Pedro também disse à polícia que acredita que Leonardo não apostava corrida com outro carro, já que a pista estava vazia. Ao final, afirma que Leonardo estava alcoolizado, informação negada pelo motorista.

O caso 

O jogador de futsal Lucas Oliveira Azevedo, de 21 anos, morreu em um acidente de carro na madrugada desta segunda-feira (10), na Avenida Dom Helder Câmara, altura de Manguinhos, na Zona Norte do Rio. 

Ele estava passando férias no Rio de Janeiro. Atualmente, Lucas morava em Portugal e jogava por um clube de futsal no país. O jogador havia acabado de renovar contrato com o clube. 

O rapaz estava em uma festa horas antes do ocorrido. Testemunhas contaram que o carro em que Lucas estava com os amigos colidiu com um poste em uma curva. Testemunhas afirmam que o motorista do veículo fugiu após o ocorrido. A Polícia Civil investiga o caso.

Além de Lucas, que morreu no local, haviam mais três rapazes no carro: Pedro Augusto Fernandes, de 21 anos, e Lucas André Paluma da Silva, de 18 anos, que foram encaminhados para o Hospital Souza Aguiar.

Já Caio Mendes Da Silva, de 21 anos, foi levado para o Hospital Getúlio Vargas com ferimentos leves. Os jovens passam bem e receberam alta.