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    'Não se importava em matar', diz MP sobre capitão investigado

    Nove policiais militares foram presos por vários crimes

    Publicado 26/05/2022 às 15:02 | Autor: Ana Fernanda
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    A operação terminou com nove policiais militares presos
    A operação terminou com nove policiais militares presos |  Foto: Marcelo Tavares

    Após a ação que resultou na prisão de nove policiais militares, o  Ministério Público do Rio detalhou as mensagens que revelaram o esquema criminoso que tinha, segundo as investigações, a participação do tenente-coronel, André Araújo, que atuava como comandante do batalhão de Caxias (15°BPM), mas foi afastado durante a operação desta quinta-feira (26).

    O promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Eduardo Pinho, contou que o inquérito foi instaurado em 2020 com a apreensão do celular do PM Adelmo Guerini, que revelou um grupo em um aplicativo de mensagem nomeado de ' Os Mercenários'. Entre os membros do grupo estavam o tenente-coronel André e o capitão Anderson Santos Orrico, chefe do Serviço Reservado. 

    Aspas da citação
    Através das mensagens descobrimos que os policiais realizavam cobrança de arrego, extorquiam comerciantes e quando não era pago, eles executavam e torturavam para obter vantagem indevida
    Eduardo Pinho, promotor
    Aspas da citação
      

    Ainda segundo o promotor, no grupo não havia relatos explícitos da participação dos dois oficiais, mas Adelmo comentou que ambos gostavam de matar, por isso também foram alvos da operação.

    “Há mensagens de que o tenente-coronel André Araújo adora caixão, gosta de matar, e que o capitão não se importaria se a tropa dele matasse pessoas, inclusive inocentes”, disse.     

    O promotor revelou ainda que os policiais sequestraram o chefe do tráfico, Léo Marrinha, do Pavão-Pavãozinho, e receberam cerca de R$ 1 milhão para não efetuar a prisão do traficante.

    O PM Adelmo teria informado no grupo que dividiu o dinheiro também com policiais civis, que ainda não foram identificados.

    O Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão no batalhão de Duque Caxias
    O Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão no batalhão de Duque Caxias |  Foto: Marcelo Tavares

    Apreensão e prisão   

    O Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão no batalhão de Duque de Caxias (15ºBPM), na casa do tenente-coronel André e do capitão Anderson Santos Orrico. 

    De acordo com as promotoras Juliana Pompeu e Juliana Amorim, o capitão tentou se livrar de mochilas com dinheiro jogando na casa de um vizinho durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.

    "Ele demorou a abrir a porta, quando ouvimos um barulho e percebemos que ele havia jogado mochilas pela janela para casa do vizinho, mas que foram recuperadas", contou Pompeu.

    Foram apreendidos na casa do oficial, cerca de R$ 100 mil, armas de fogo, granadas, silenciador, facas e outros materiais. Além disso, uma blusa e uma touca da Polícia Civil também foi encontradas no local.

    “Ele admitiu que os materiais foram arrecadados em comunidades e estavam na posse dele”, relatou Juliana Amorim.

    No 15°BPM os agentes encontraram escondidos em um sofá vários sacos de dinheiro, principalmente em notas de R$2, R$5 e R$20.

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