Normalidade
O dia seguinte ao caos em São Gonçalo: medo no retorno à rotina
Cidade sentiu os reflexos da megaoperação no Rio

Depois de uma terça-feira marcada (28) pela tensão em todo o estado, os moradores e trabalhadores de São Gonçalo começam, aos poucos, a retomar o clima de normalidade na manhã desta quarta (29). A cidade sentiu os reflexos da operação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, que resultou em mais de 60 mortes e provocou retaliações do Comando Vermelho em diferentes pontos do Rio.
No bairro Santa Catarina, a sensação de medo ainda é perceptível. Na Rua Doutor Getúlio Vargas, onde dois ônibus foram usados como barricadas durante os momentos mais críticos, comerciantes reabriram as portas, mas com cautela.

“Nós vamos trabalhar normalmente hoje, mas vamos ficar ligados. Ontem foi muito complicado, a gente não sabia como iriam ser as coisas. Não chegaram a mandar fechar a nossa loja, mas como outras lojas estavam fechando, decidimos fechar também porque ficamos com receio”, contou o vendedor Gustavo Machado.
Nos pontos de ônibus, a incerteza ainda era visível. Muitos passageiros aguardavam informações sobre a circulação das linhas. Apesar do medo, a maioria se esforçou para cumprir seus compromissos de trabalho. A circulação das frotas foi normalizada nesta quarta-feira (29).

“Foi a primeira vez que eu vi uma situação dessa. Fiquei com muito medo mesmo. Dentro de casa, a gente estava assustado. Ficamos com medo durante a noite porque não sabíamos o que iria acontecer”, relatou a moradora Josi Bernardo.
Durante a terça-feira (28), diversas linhas de ônibus chegaram a recolher os veículos por medida de segurança, o que obrigou passageiros a buscar outras alternativas para voltar para casa.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo, Rubens dos Santos Oliveira, criticou o impacto das ações criminosas no transporte público.
“A violência que se encontra o Rio de Janeiro vai chegar a um ponto em que não vai ter mais transporte. Os bandidos têm os problemas deles com a Justiça e com a polícia e, para se vingar, colocam fogo nas frotas. A grande verdade é que os empresários já não aguentam mais arcar com esse prejuízo, porque o Estado não indeniza ninguém. Os motoristas não vão ficar expostos para morrer na mão de bandido nem na mão de polícia”, afirmou.
Apesar do clima de insegurança, a Secretaria Municipal de Saúde e a Defesa Civil informou que todas as unidades de saúde funcionarão normalmente nesta quarta. A Secretaria de Educação também confirmou que as escolas municipais estão abertas e as aulas seguem mantidas.

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