Violência

Ônibus queimados no Rio geram prejuízo de mais de R$ 35 milhões

Ação de milicianos provocou paralisia no tráfego da região

Milicianos da Zona Oeste atacaram a cidade em represália à morte do sobrinho do chefe do grupo, Zinho
Milicianos da Zona Oeste atacaram a cidade em represália à morte do sobrinho do chefe do grupo, Zinho |  Foto: Reprodução

O prejuízo financeiro causado por milicianos que incendiaram 35 ônibus, em um dia de terror que a Zona Oeste do Rio viveu, nesta segunda-feira (23), ultrapassa os R$ 35 milhões aos cofres públicos. A informação é do G1.

Durante a tarde desta segunda, milicianos daquela região atacaram a cidade em represália à morte do sobrinho do chefe do grupo, Zinho.

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Segundo o comentarista André Trigueiro, da GloboNews, cada modelo convencional dos ônibus que circulam no município custa cerca de R$ 850 mil. Já os modelos novos do BRT, ultrapassam os R$ 2,4 milhões por unidade.

Os ataques desta segunda queimaram 30 ônibus comuns e 5 veículos do BRT. No total, o prejuízo ultrapassa os R$ 37 milhões.

Foram impactados severamente pela violência o funcionamento do comércio, das escolas e até mesmo o trânsito.

Relatos de moradores e trabalhadores da região são repletos de queixas pela ausência de transporte público e pelos congestionamentos em diversas vias.

A ação dos criminosos ocorreu após a morte de um miliciano em uma operação policial. Nos ataques, 35 ônibus e um trem foram queimados. Com os veículos incendiados, diversas vias ficaram bloqueadas.

Em resposta, algumas linhas do BRT operadas pela empresa pública Mobi-Rio foram paralisadas por questões de segurança. A concessionária Supervia também fechou algumas estações de trem.

Nas redes sociais, são diversas postagens e imagens documentando dificuldades de deslocamento. Um vídeo registrou diversos moradores voltando para casa na traseira de um caminhão cegonha.

Diversos moradores voltaram para casa na traseira de um caminhão cegonha
Diversos moradores voltaram para casa na traseira de um caminhão cegonha |  Foto: Reprodução

Pouco antes das 17h, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro informou por meio de suas redes sociais que os incêndios provocavam reflexos nos bairros Guaratiba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz, Inhoaíba e Campo Grande.

Posteriormente, novos ataques foram registrados em outros bairros. Um vídeo que circula na internet mostra o momento em que um ônibus é queimado em Inhoaíba ainda com passageiros no interior do veículo. Eles escapam pela porta traseira.

Às 18h40, para alertar a população sobre ocorrências que impactam a rotina, o município declarou estágio de atenção, o terceiro nível de uma escala de cinco. A orientação era para evitar os locais afetados.

Dezenas de escolas tiveram as aulas suspensas. Algumas delas já informaram que não abrirão as portas nesta terça-feira (24).

Medidas de segurança também foram anunciadas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que possui campus na zona oeste da capital fluminense.

Segundo a instituição, as avaliações acadêmicas marcadas para esta terça-feira (24) serão reagendadas e as aulas deverão ser realizadas de forma remota.

Já a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que não possui unidades na zona oeste, divulgou comunicado informando que suas atividades estão mantidas, mas que estudantes e servidores moradores das áreas afetadas terão suas ausências abonadas.

O governador do estado, Cláudio Castro, admitiu que as forças de segurança foram pegas de surpresa e disse que há um plano de contingência em andamento com o objetivo de garantir que não ocorram mais ataques. Até agora, foram confirmadas 12 prisões de suspeitos de envolvimento nos incêndios.

O prefeito Eduardo Paes se manifestou pelas redes sociais.

“Milicianos na Zona Oeste queimam ônibus públicos pagos com dinheiro do povo para protestar contra operação policial. Quem paga é o povo trabalhador. E para piorar, tivemos que interromper serviços de transporte na Zona Oeste para que não queimem mais ônibus. Ou seja, únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais! Como prefeito, apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam”.

Com Agência Brasil

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