Esquema
Operação contra falsos laudos para cultivo de maconha prende 4
Quadrilha produzia pareceres indicando falsos 'pacientes'
Quatro pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (12), durante a Operação Seeds, acusadas de emitir falsos laudos médicos para fins de cultivo de maconha, em todo o Brasil. Eles cobravam até R$ 50 mil pelo esquema.
Segundo a Polícia Civil, os integrantes da quadrilha que foram presos são: o advogado Patrick Rosa Barreto; o médico Adolfo Antônio Pires e a esposa Pérola Katarine de Castro; além do biólogo André Vicente de Souza Freitas.
A polícia não descarta a possibilidade de que mais pessoas possam estar envolvidas. Todos vão responder por extorsão, associação ao tráfico de drogas e falsidade ideológica.
De acordo com a polícia, agentes da 14ª DP (Leblon) já vinham investigando os alvos. A operação, portanto, teve o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão e mandados de prisão preventiva.
A Lei Antidrogas do Brasil proíbe a plantação de maconha em casa, mas apesar disso, é possível obter na Justiça uma autorização para a produção e para o consumo da cannabis para fins terapêuticos.
Conforme as investigações, os alvos ingressaram com habeas corpus nas Justiças Federal e Estadual requerendo salvo conduto para cultivo.
Só que as investigações revelaram que, na verdade, os "pacientes" não possuem qualquer necessidade clínica e objetivam o cultivo para fins de tráfico de drogas.
De acordo com a delegada Camila Lourenço, para a confecção do "laudo", segundo o depoimento das testemunhas, era cobrado R$ 5 mil, mais R$ 15 mil para impetração do falso "habeas corpus". Além disso, o médico preso também dava os insumos necessários ao início do cultivo.
Ainda segundo a delegada, diversos presos pelo crime de tráfico de drogas, procuraram os serviços do médico para contratar a confecção de laudos médicos ideologicamente falsos.
O advogado Patrick Rosa Barreto havia sido preso em abril deste ano em uma operação contra um esquema que desviava precatórios judiciais com documentos falsos. Na ocasião, outras três pessoas também foram presas.
"Na casa dele foi apreendido 74 gramas de maconha. Eu consegui liberar meu cliente. Depois disso, representamos contra a delegada por abuso de autoridade, o que parece é que essa operação pode ser um ato de vingança da parte da delegada", rebateu José Maria Filho, advogado de defesa de Patrick.
A delegada Camila Lourenço, no entanto, negou que estaria perseguindo o advogado.
"Acusação completamente improcedente. Ele foi preso no início de abril, encontramos na casa dele uma quantidade de cannabis, é só olhar as provas. Se fosse perseguição, não haveria recurso do Ministério Público", frisou Camila.
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