'Bloodworm'

Operação prende dois e freia expansão do Comando Vermelho no Rio

Trabalho do MP do Mato Grosso do Sul durou 15 meses

A operação Bloodworm tem objetivo de cumprir 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão
A operação Bloodworm tem objetivo de cumprir 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão |  Foto: Reprodução
  

Duas pessoas, sendo uma delas advogada, foram presas na manhã desta sexta-feira (5) durante operação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). A advogada foi presa no Centro e o homem em Copacabana, na Zona Sul.

A operação Bloodworm tem objetivo de cumprir 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão. A operação acontece de forma simultâneas nas cidades sul-mato-grossenses de Campo Grande, Ponta Porã, Coxim, Dourados, Rio Brilhante, Sonora, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Dois Irmãos do Buriti e também nas cidades do Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Paulo de Faria, em São Paulo, Várzea Grande, Cuiabá, Sinop, Cáceres, Marcelândia, Primavera do Leste, Vila Bela da Santíssima Trindade e Mirassol d’Oeste, no Mato Grosso.

No Rio, os presos foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte. Duas pessoas foram levadas para prestar depoimento como testemunhas.

Segundo o Ministério Público, as investigações duraram 15 meses. O trabalho dos investigadores permitiu descortinar a ação da facção criminosa Comando Vermelho. 

O objetivo do grupo criminoso era estruturar e expandir o CV no Mato Grosso do Sul, que se tornou importante rota do tráfico de drogas e de armas de fogo, em razão de sua posição geográfica (fronteira com o Paraguai e a Bolívia).

Segundo as investigações, a organização do Comando Vermelho no Mato Grosso (CV–MS) teve início a partir da união de propósitos entre as lideranças reclusas no interior da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, unidade prisional cujas rígidas regras de segurança não impediram o ingresso de aparelhos celulares para uso dos presos, o que se dava por intermédio de participação criminosa de policiais penais corrompidos e de advogado a serviço da facção. 

As investigações apontaram ainda que o uso dos aparelhos celulares e as ações de “pombo-correio” empreendidas por advogados que integram a facção permitiam o contato entre os presos e seus comparsas em liberdade, a fim de traçar o planejamento de crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, que foram reiteradamente praticados e comprovados, cujo proveito serviu para o fortalecimento do Comando Vermelho MS.

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