Tragédia

Parentes de mecânico morto na Baixada desmentem versão de PM

Corpo de Lohan Silva, de 30 anos, será enterrado nesta quinta

Sepultamento do jovem acontece na tarde desta quinta (8), em Nova Iguaçu
Sepultamento do jovem acontece na tarde desta quinta (8), em Nova Iguaçu |  Foto: Arquivo Pessoal
 

Familiares do mecânico Lohan Silva Pinheiro, de 30 anos, negam a versão dada pelo policial militar Renan Leite Santos sobre os detalhes que envolveram a morte do rapaz na último domingo (4), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele foi ferido por tiros depois de uma discussão na Estrada da Santa Bárbara, em Miguel Couto, Nova Iguaçu e morreu na última terça (6), no hospital da Posse. A PM informou que vai instaurar um procedimento interno para verificar o que ocorreu. 

A Polícia Militar informou, em nota, que o policial, lotado no batalhão de Botafogo, afirmou que atirou em Lohan em razão de um assalto sofrido pelo militar no fim de semana. O agente disse que só baleou o rapaz como forma de resistir ao ato criminoso que teria partido do mecânico.

Já os familiares da vítima desmentem a versão do militar e alegam que o jovem era trabalhador e havia saído de casa para comprar batata. Ele passou na frente de uma festa de rua quando foi parado pelo policial que o revistou e viu que ele estava sem arma. Quando saía com sua moto, Lohan foi baleado nas costas pelo agente. Informações garantem que os dois se conheciam previamente. 

Parentes de Lohan ainda contaram que o policial o seguiu até uma residência e atirou mais vezes no rapaz. Dois amigos de Lohan também foram baleados na ocorrência. O policial acusado do caso é lotado no batalhão de Botafogo.

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que um procedimento apuratório interno sobre o fato foi instaurado. A 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar acompanha o caso.

A nota da corporação ainda informou que na tarde de terça-feira (6), policiais do 20ºBPM (Mesquita) foram acionados para checar informações de que populares tentaram invadir a residência de um policial militar de folga, que seria o acusado de atirar contra Lohan.

A corporação informou ainda que a invasão seria em retaliação à morte do mecânico que, segundo o depoimento do policial militar, seria um dos criminosos que teriam participado de uma tentativa de assalto contra ele no último domingo (4).

Ainda de acordo com a PM, após a tentativa de invasão à casa do policial, um grupo de pessoas tentou iniciar uma manifestação na Rua Abreu Filho, em Miguel Couto, no município de Nova Iguaçu. A situação foi estabilizada pelos agentes e o policiamento reforçado na região. O ato, na verdade, foi protesto dos familiares da vítima que contou com ônibus, pneus e lixos queimados, além de gritos pedindo por Justiça. A Polícia Civil segue investigando o caso. 

Lohan foi socorrido no dia mesmo e levado para o Hospital da Posse, mas não resistiu e morreu na terça (6). Um amigo, ferido na mão, já recebeu alta e o outro segue internado em estado grave. Lohan será sepultado na tarde desta quinta-feira (8) no cemitério de Nova Iguaçu. Ele deixa uma companheira e uma filha de seis anos.

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