Crime

'Pena máxima', diz filha de mulher acusada de envenenar enteados

Jovem afirmou que não considera mais a mulher como mãe

Cíntia Dias Mariano Cabral está presa desde o dia 20 no Presídio de Benfica
Cíntia Dias Mariano Cabral está presa desde o dia 20 no Presídio de Benfica |  Foto: Reprodução
 

A filha de Cintia Mariano Dias Cabral se pronunciou pela primeira vez nesta quarta-feira (6) sobre o caso envolvendo a mãe, acusada de envenenar os dois enteados e ter matado um deles. Em entrevista ao RJ2, a menina, que manteve a identidade anônima, afirmou que deseja que a mulher pague pelo crime e que a sentença seja 'pena máxima'.

Afirmando que não estava ciente dos planos da mãe, a menina disse que ainda não foi visitá-la na prisão e nem pretende fazer isso.

"As pessoas têm que pedir por justiça e continuar gritando do jeito que estão gritando mesmo, para que seja pena máxima, ela pague por tudo que fez. Pra mim, ela não é mais minha mãe. Eu vou seguir, é uma coisa que só o tempo vai ajeitando. Estou tentando voltar a minha rotina", disse em entrevista.

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A jovem disse que só topou se pronunciar sobre o caso agora devido ao resultado dos laudos comprovando o envenenamento dos jovens, como acusa as investigações policiais até o momento. 

"Todo mundo que conhece ela [Cintia Mariano] tá muito surpreso. Ela fez de uma forma que não deixou passos, não deixou rastros. Acredito que com o Bruno aconteceu para que a gente realmente pudesse descobrir da Fernanda. Se não acontecesse isso, ia passar batido", continuou.

A filha de Cintia morava junto com a mãe e o padrasto, Adeílson Cabral, em Realengo, Zona Oeste do Rio. Ela disse que estava presente quando Fernanda Cabral passou mal e, dois meses depois, quando o Bruno Cabral também apresentou os mesmos sintomas. De acordo com a jovem, a mulher confessou o crime para ela e seu irmão.

"Eu falei: ‘me fala pra eu conseguir dormir’. Aí ela falou: ‘eu fiz’. E desligou o telefone. Ela tentou negar da Fernanda, mas do Bruno, ela, em nenhum momento negou. Aí eu fiquei falando da Fernanda e ela disse: ‘eu fiz’. Ela estava sentada e a minha mãe era uma pessoa que nunca deixaria eu gritar com ela. Aí eu gritei, gritei muito pela Fernanda, porque eu tinha uma relação muito boa com a Fernanda. Aí eu gritei e ela só escutava. Se a pessoa não fez nada, ela não deixa te acusarem assim", concluiu.

Mesmo assumindo aos filhos ter cometido o crime, Cintia não revelou por quais motivos tomou a atitude.

Laudo confirma envenenamento em enteada

O exame pós-exumação realizado no corpo de Fernanda Carvalho, de 22 anos, confirmou que a vítima foi envenenada. A principal suspeita é a própria madrasta Cintia Mariano, que está presa após também ser acusada de tentativa de homicídio contra Bruno Cabral, de 16 anos, irmão de Fernanda.

O laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML) do Rio está a disposição do delegado Flávio Rodrigues, líder das investigações de ambos os casos. A Delegacia de Realengo (33ª DP) segue investigando os assuntos.

Exame de Bruno Cabral

Os mesmos sintomas apareceram em Bruno Cabral, de 16 anos. Evidências da presença dos compostos carbofurano e terbufós no material gástrico do enteado de Cintia Mariano Cabral, foram apresentadas no laudo de exame complementar produzido com base em análise realizada pelo Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Madrasta

A madrasta Cíntia Dias Mariano Cabral está presa desde o dia 20 no Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.  De acordo com o advogado Carlos Augusto Santos, a mulher informou que é inocente e em nenhum momento confirmou o envenenamento. 

Cíntia irá responder por homicídio qualificado, pela morte da enteada Fernanda Cabral, e tentativa de homicídio, pelo caso do enteado Bruno. De acordo com a Polícia Civil, o motivo do crime seria por ciúmes do atual companheiro com os filhos, que são frutos de outro casamento.

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