Absurdo
PM agride pais de criança dentro de hospital na Barra
Na DP, agente deu voz de prisão e algemou pai
O policial militar Leonardo Pinto de Aguiar é acusado de agredir um casal com socos, tapas e chutes dentro do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Esse caso ocorreu no dia 8 de abril, mas foi registrado nesta quarta-feira (19) na 16ª DP (Barra da Tijuca).
As vítimas Francisco Borges e a mulher, Viviane Magalhães, tinham levado o filho de três anos para receber atendimento, após o pequeno cair de uma escada e sentir fortes dores na perna. Foi quando tudo aconteceu.
Logo após as agressões, o agente ainda deu voz de prisão a Francisco e o algemou na delegacia. As informações são do Jornal Extra.
O caso
De acordo com a publicação, o menino precisou fazer um exame de raio-X na unidade de saúde. Com o resultado em mãos, o pai da criança procurou os médicos para fazer a entrega, mas não encontrou a equipe.
Segundo ele, os profissionais de saúde estavam fazendo uma ronda para atender os pacientes internados. O pai, então, deixou a radiografia em uma sala com os enfermeiros. Mas o exame sumiu.
"O médico simplesmente disse que o raio-X sumiu e não faria outro porque meu filho é uma criança e a radiação poderia fazer mal a ele. Então, eu perguntei o que seria feito e eles falaram que iriam cortar a perna do meu filho para colocar o osso no lugar, pino, essas coisas", contou ao Jornal Extra.
Na sequência, os pais recusaram a realização de cirurgia sem que antes fosse consultado o raio-X. Mas os médicos defendiam que a criança precisava ficar e realizar o procedimento.
Em seguida, o policial Leonardo surgiu e iniciou as agressões contra Francisco e Viviane. A mulher chegou a levar um soco no rosto e foi jogada no chão ao tentar apartar a confusão.
"Meu filho estava com o fêmur quebrado, ele começou a me agredir. Nisso a minha mulher tirou o meu filho dos meus braços e ele me bateu muito", narrou Francisco.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que autor foi identificado e será intimado a prestar depoimento. Além disso, uma investigação está em andamento.
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a Corregedoria Geral da Corporação, através da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), já tomou ciência do fato e instaurou um procedimento apuratório interno sobre o caso.
Questionada, a secretaria Municipal de Saúde esclareceu que o Hospital Municipal Lourenço Jorge não tem gestão sobre o policial militar, que não atua na unidade e estava de passagem, acompanhando um paciente custodiado, quando se envolveu na situação.
A direção da unidade também diz que repudia qualquer ato de violência e está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for solicitado na apuração dos fatos.
A direção esclarece que a criança estava sendo atendida e que não procede que o raio-x tenha sido perdido. O paciente tinha indicação de internação para cirurgia ortopédica, diagnóstico não aceito pelos pais, que iniciaram discussão com os profissionais.
O menino foi internado naquela noite (8) e, na manhã seguinte, com termo de consentimento assinado pela parente que o acompanhava na unidade, foi sedado e submetido ao procedimento de redução da fratura de fêmur.
Trata-se de procedimento realizado sob sedação, para posicionamento do osso fraturado. Posteriormente é feita a imobilização, para estabilização do osso até a calcificação. O paciente recebeu alta e, depois de 15 dias, deve retornar para ser reavaliado, quando os médicos decidirão se será necessário um segundo procedimento, com cirurgia aberta.
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