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    Polêmica

    PM tenta comprar maconha em favela e acaba roubado

    Cabo reformado tentava acessar produto por meio do tráfico

    Publicado 12/05/2022 às 21:43 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Rio - A ida do cabo da Polícia Militar reformado Sansão dos Santos Domingos à favela da Serrinha, na Zona Norte do Rio, para comprar maconha com o traficante conhecido como 'Mano' virou alvo de polêmica nas redes sociais.

    Registro viralizou nesta quarta-feira (11) na internet. Mas foi gravado há tempos. Sansão foi diagnosticado com depressão e ansiedade, insônia e transtorno pós traumático, segundo registro médico.

    Relatório médico orienta possíveis medicamentos ao PM
    Relatório médico orienta possíveis medicamentos ao PM |  Foto: Reprodução

    Um relatório médico assinado em 23 de novembro de 2021, e compartilhado por Sansão no Instagram, orienta possíveis medicamentos ao PM, dentre eles "Extrato de cannabis sativa ou indica full spectrum rica em CBD com baixos tíveis de THC". 

    As siglas apresentadas se referam a substância Canadibiol (CBD) ou Tetrahidrocanabinol (THC). Apesar da recomendação do uso da cannabis (maconha) para fins medicinais, a Secretaria de Estado de Polícia Militar não comentou a ilegalidade do cabo tentar acesso ao produto por meio do tráfico de drogas.

    No vídeo, Domingos aparece fardado na entrada da Serrinha, dizendo estar à espera do traficante 'Mano'. O policial diz, indignado, que o criminoso deveria lhe devolver a quantia de R$ 1.300, que, segundo ele, foi roubada.

    "Me roubaram R$ 1.300 e a p**** da maconha que vim comprar. Todo mundo sabe que eu sou autorizado por neurologistas a usar. Eu compro em favela porque o sistema não deixa eu plantar", disse.

    Ao ENFOCO, a PM informou apenas que o referido policial da reserva foi reformado, em fevereiro de 2022, 'por ser considerado incapaz definitivamente para o serviço policial militar'.

    Em resposta a um seguidor que questionava o uso da maconha, Sansão afirmou que o uso medicinal o curou de transtornos que teriam sido gerados por episódios de tortura nos quadros da PM.

    "Isso o que [tento] mostrar para as pessoas que assim como eu estão erradas em olhar para a cannabis com olhos preconceituosos. Cura mais de 200 doenças, inclusive, foi o que me curou de depressão, síndrome do pânico e desejo de suicídio, após ser torturado por policiais militares mineiros e policiais militares do RJ, meus próprios pares, você não sabe é de nada, camarada", pontuou o militar.

    Cannabis medicinal

    Em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, pais e responsáveis por menores que dependem da autorização do poder público para conseguir medicamentos nacionais ou importados, a base de cannabis medicinal, ficaram perto de ter esse direito, através do Programa Municipal Lucas Esperança, no ano passado.

    É que vereadores aprovaram em duas discussões o PL que autorizava o uso do remédio para tratamento no município, desde que contenha em sua fórmula o CBD ou THC. Mas o prefeito Axel Grael (PDT) vetou a proposta em fevereiro de 2022.

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    Pela proposta, o paciente só receberia os medicamentos durante o período prescrito pelo médico, independente de idade ou sexo. Já a assistência poderia se estender, também, às unidades de saúde privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

    O programa municipal visava adequar a temática da cannabis medicinal aos padrões e referências internacionais, como Canadá, Estados Unidos e Israel.

    A ideia era proporcionar maior acesso à saúde e atendimento adequado, de forma a diminuir as consequências clínicas e sociais, assim como as consequências de políticas públicas desatualizadas à cannabis medicinal.

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