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    Trauma

    Estuprada em sala para atendimento às vítimas de violência

    Acusado é um investigador da policial civil que está preso

    Publicado 12/05/2022 às 22:01 | Atualizado em 13/05/2022 às 9:13 | Autor: Manuela Carvalho
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    Caso aconteceu em delegacia de Sidrolândia
    Caso aconteceu em delegacia de Sidrolândia |  Foto: Polícia Civil de MS

    Uma mulher, que teve a identidade preservada, alega ter sido estuprada dentro de uma delegacia, na sala reservada para mulheres vítimas de violência de gênero. O Caso aconteceu em Sidrolândia, município de Mato Grosso do Sul. O acusado do crime, um Polícia Civil, foi preso e está na 3° DP da capital. 

    A vítima possui 28 anos e chegou ao estado por Ponta Porã. Seu intuito era viajar até a cidade de São Paulo, acompanhada de um rapaz, mas, no meio do caminho, a van em que ela estava foi abordada por policiais.

    No veículo, drogas foram encontradas na mochila do seu acompanhante. Devido ao flagrante, ambos foram parar na delegacia local, onde a mulher afirma ter ocorrido o primeiro episódio de violência. 

    Em entrevista ao portal g1, a mulher contou que o caso aconteceu dentro da 'Sala Lilás', local reservado na unidade de polícia a mulheres vítimas de violência de gênero. Segundo ela, todas as vezes em que o investigador estava de plantão, a situação se repetia. 

    "Ele já abusou de mim desde a primeira vez que cheguei. Cheguei de manhã, e à noite era o plantão dele. No primeiro dia, eu já fui estuprada. Na primeira noite, fui levada até a Sala Lilás. Toda vez que tinha plantão dele, ele fazia questão de ir na cela", contou. 

    Ainda em entrevista ao portal, a mulher contou que, no primeiro dia, o agente usou como desculpa para tirar ela da cela uma suposta ligação de sua prima, mas tudo não passava de uma mentira, repleta de ameaças.

    "Quando saí da cela, ele começou a me ameaçar. Disse para eu não falar para ninguém, que eu não era daqui e que, se eu fizesse alguma coisa, ninguém ia sentir a minha falta"

      

    Depois da primeira noite, a vítima voltou à cela e não conseguiu dormir. O policial trabalhava por escalas de plantões, e só ia até a delegacia de dois em dois dias.

    Ela alega pânico todas as vezes em que o agente aparecia no local. Na cela, o policial começava a tocar partes do seu corpo, usando ameaças constantes para continuar com as atitudes.

    Os atos no local só foram interrompidos quando uma outra mulher começou a dividir a cela. Para continuar se aproveitando da vítima, a vítima alega que o agente afirmava que um advogado a aguardava do lado de fora. 

    Após ouvirem a mulher chorando em uma das celas, outros presos decidiram denunciar o caso à delegada. A partir disso, o policial acusado foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Dentre as denúncias, estão o crime de estupro, importunação sexual e violência psicológica. 

    Marcas de um pesadelo

    A mulher teve a prisão por tráfico de drogas revogada pela Justiça, e retornou à sua cidade natal. As marcas que ficaram registradas vão desde a perda de 6kg, até traumas como não conseguir dormir à noite e só sair na rua quando acompanhada. Para dormir, a mulher precisa tomar remédios. 

    Aspas da citação
    Não saio mais de casa, só durmo à base de remédios. Não estou comendo direito, minha vida está um caos. Quando eu fecho os olhos, não consigo esquecer o que passei. Ele acabou com minha vida. Eu tenho vergonha e medo de sair de casa e pensar sobre o que as pessoas vão pensar sobre mim."
    Vítima em entrevista ao G1
    Aspas da citação
     

    A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul foi procurada pelo ENFOCO e informou que o caso está sendo investigado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil e segue em segredo de justiça por previsão expressa da lei.

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