Caso Herus
Polícia conclui inquérito sobre morte de jovem em festa junina no Rio
Para a DH, policial do Bope agiu em 'legítima defesa putativa'

A Polícia Civil divulgou, nesta segunda-feira (29) que a morte do jovem Herus Guimarães Mendes, durante uma festa junina no Rio, foi resultado de legítima defesa putativa por parte do agente do Bope. Em linguagem jurídica, confirmada pelo ENFOCO, legítima defesa putativa é a reação devido às circunstâncias, diferente de legítima defesa comum, reação a uma agressão.
Heruns Mendes, à época com 24 anos, morreu, durante um tiroteio em uma ação do Bope, na noite do dia 6 de junho, na comunidade Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio. Pelo menos outras cinco pessoas também ficaram feridas, entre elas um adolescente de 16 anos e morador de São Gonçalo.
De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o agente do Bope reagiu em meio a um cenário de tiros, correria e ataque pesado com armamento de guerra por parte de traficantes. O inquérito comprovou, disse ainda a DHC, com laudos e imagens de câmeras corporais, que não houve excesso ou ilegalidade na conduta policial. O caso foi encaminhado ao Ministério Público.
No momento do tiroteio, uma quadrilha estava se apresentando quando, segundo relatos dos moradores, agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) chegaram atirando no local. Ainda conforme os primeiros relatos, crianças e idosos ficaram feridos. “Só tinha dançarinos e chegaram atirando, acabaram com a festa junina, cheia de criança, não tinha bandido”, afirmou um morador.
Relembre o caso
Segundo moradores, o evento reunia um encontro de quadrilhas vindas de várias regiões do estado e foi organizado justamente pelos próprios moradores. Em imagens que circularam pelas redes sociais, foi possível ver a correria e pessoas se jogando no chão para se proteger dos tiros.
Houve relatos ainda de que algumas pessoas foram pisoteadas na tentativa de se proteger. Em outras imagens, foi possível ver pessoas entrando em casas para escapar dos disparos. Moradores relataram que as cenas lembraram momentos de terror, guerra e desespero.
Herus trabalhava como office boy em uma imobiliária e, segundo parentes, não resistiu aos ferimentos após ser atingido por dois disparos. Ele estava assistindo à apresentação na festa junina quando foi atingido. O jovem deixou um filho de 2 anos.


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